Do PORTAL UNIBUS
Foto: Arquivo (Marcopolo / Via Secco Comunicação)
O recente anúncio de um acordo sobre a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, embora adie a pressão imediata sobre as tarifas do transporte público, traz preocupações para empresas de ônibus em capitais do Nordeste. Mesmo com a decisão do Governo Federal de implementar a medida somente em 2025, os impactos já estão sendo calculados pelos empresários do setor.
Na semana passada, a Associação das Concessionárias do Sistema Transporte Coletivo por Ônibus de Salvador (Integra) alertou que a tarifa poderá aumentar até R$ 0,25 se a medida entrar em vigor. O comunicado gerou uma resposta da prefeitura, que instou o diálogo entre o Governo Federal e os empresários para evitar danos à população.
Segundo a Integra, o sistema de transporte já enfrenta dificuldades e a reoneração resultará em aumento dos custos de prestação de serviço, que deverá ser suportado pela sociedade. No Grande Recife, onde o sistema é subsidiado em R$ 310 milhões por ano pelo Governo de Pernambuco, os empresários também estão preocupados com os possíveis impactos financeiros.
A Urbana-PE, que representa as operadoras de transporte, estima que os custos totais do sistema aumentarão 13%, visto que os salários representam quase metade dos custos totais. O consultor Bernardo Braga alertou para os desafios que a medida impõe ao sistema, que já perdeu quase metade dos clientes nos últimos dez anos.
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) calcula que, se a reoneração da folha de pagamentos entrasse em vigor imediatamente, as tarifas de ônibus poderiam aumentar entre R$ 0,70 e R$ 1 nas principais cidades do Brasil. A entidade classificou a medida como um retrocesso que impactará milhões de passageiros e aumentará a inflação.
A desoneração da folha de pagamentos do transporte por ônibus está em vigor desde 2013, reduzindo os custos do serviço e beneficiando os passageiros. No entanto, a reversão dessa política pode resultar em aumentos significativos nas tarifas e afetar a inflação de forma geral, além de prejudicar o equilíbrio financeiro das empresas do setor. O impasse sobre a reoneração ainda aguarda um desfecho no âmbito judicial.
