A obra do Pró-Transporte foi reiniciada, mas ainda depende de desapropriações para o avanço no serviço. O projeto é grandioso. Objetivando dar fluidez ao trânsito da Zona Norte, serão implantados dois eixos de avenidas cortando interiormente a região. As avenidas em pista simples serão ampliadas para mão dupla com duas faixas, corredor exclusivo de ônibus e ciclovia. O espaço para os transportes vai, praticamente, triplicar em dois anos. E as casas ao redor, vão ter de ser retiradas. Somente para o primeiro trecho, estima-se um total de 273 desapropriações.
Lucicléia Cavalcante, coordenadora de desapropriações do Pró-Transportes, prevê que ainda em novembro, deverão ocorrer as primeiras retiradas onde será o Complexo Viário da Redinha, viaduto, em fase de avaliação mais avançada dentre as demais etapas. Serão 40 desapropriações. Para o local, a SIN está definindo os valores dos imóveis. “O número inicial, apenas para a Moema Tinoco, são de 273 desapropriações”, afirma.
O custo para ressarcimento de todos os imóveis ao longo do Pró-Transporte gira em torno de R$ 12 milhões. No momento, a secretaria de infraestrutura possui R$ 8 milhões disponibilizados pelo Governo do Estado para a ação. Ainda se espera o recebimento de mais R$ 1,4 milhão, recurso dado à Prefeitura de Natal, quando responsável pelas obras, que deverá ser repassado ao Governo do Estado.
Serão dois eixos centrais. O primeiro chamado de Eixo Moema Tinoco/Conselheiro Tristão, que favorecerá, especialmente à atividade turística da cidade, pois encurtará o caminho a partir da descida da Ponte Nrewton Navarro até a BR-101. E o segundo, Eixo Fronteiras que unirá as Avenidas Fronteiras, Rio Doce e Tocantínea. As obras estão inciando pelo primeiro Eixo, que está dividido em quatro setores. Cada setor tem sua perspectiva de necessidade de desapropriação.
O primeiro setor, como denominado pela SIN, condiz ao Complexo Viário da Redinha, onde será construído um viaduto, logo ao término da Ponte Newton Navarro na Zona Norte. Até então, o acesso viável à região se dá pela avenida João Medeiros Filho. O Pró-Trasporte seguirá do término da Ponte pela avenida Conselheiro Tristão, hoje em estrada de barro. Para construção do viaduto no local serão necessárias 40 desapropriações.
Em seguida, as obras percorrerão mais três setores. O setor 2 segue da avenida Conselheiro Tristão ate a avenida Moema Tinoco, onde deverão desapropriar 46 casas. Logo após, o setor 3, que corresponde a toda avenida Moema Tinoco até a entrada avenida Tocantínea, ainda não existe um número preciso de imóveis que deverão ser deslocados.
Primeira etapa: O setor 4 é a primeira etapa do projeto, iniciada no último dia 06, localizada no percurso da rua das Cachoeiras, cerca de 3 km de estrada de barro, que se transformará em pista de mão dupla asfaltada. O prazo para conclusão para este trecho é de cinco meses. No local, a estimativa é de poucas desapropriações. A quantidade contabilizada em 36 imóveis deverá cair para 8 a 10, por causa de uma alteração no lado em que executarão a obra.
A coordenadora explica que estão sendo realizadas visitas nas casas, por meio da assistência social, e vistorias dos imóveis, para avaliação dos valores. Em paralelo, a equipe jurídica da SIN está elaborando a documentação e termo de posse dos terrenos. “A maioria dos moradores da região são possuidores”, relata. Atualmente, a equipe trabalha no prédio do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) África, no bairro das Quintas, até que a Casa Social da SIN seja implantada na região das obras do Pró-Transporte.
Assim que acertado com o morador toda a documentação, será encaminhada à Procuradoria Geral do Estado para que dê início à desapropriação. “O trabalho vai ser construído ao longo de seis meses; à medida que for juntando as primeiras casas, vamos iniciar as desapropriações”, explica.
Projeto prevê 15 km de modificações: O Pró-Transporte constitui um total de 15 km de avenidas modificadas. Orçada em R$ 88 milhões, a obra pretende facilitar o tráfego na Zona Norte. As avenidas selecionadas serão duplicadas, cada mão terá duas faixas para os carros.
Ao meio, haverá o corredor exclusivo para transporte público, a exemplo da Avenida Bernado Vieira, com o acréscimo da ciclovia entre as faixas de ônibus, no perímetro de 11 km. As calçadas também serão contempladas com a padronização. Ao longo das avenidas, haverá a implantação de 56 paradas de ônibus.
A obra será executada pela IM Comércio e Terraplenagem LTDA. O Eixo Moema Tinoco/Conselheiro Tristão, com serviços iniciais, medem cerca de 9 km, enquanto o Eixo Fronteiras prossegue em 6 km. A reforma viária contempla as Avenidas Conselheiro Tristão, Moema Tinoco, além das Avenidas Tocantínea, João Medeiros Filho e Rio Doce.
O Eixo Moema Tinoco é o primeiro a ser executada em função do favorecimento ao turismo na região. A conclusão parcial das obras podem favorecer o tráfego no veraneio do próximo ano.
O projeto foi concebido ainda em 2005, no mandato do então prefeito Carlos Eduardo, mas não teve continuidade. Apenas o viaduto da Avenida Fronteiras foi construído, dois anos depois da concepção das obras. Apenas em fevereiro desta ano a demanda do serviço foi anunciada para retorno, sob responsabilidade do Governo do Estado. A obra antes orçada em R$ 72 milhões, custa agora R$ 88 milhões.
Foto: Magnus Nascimento (Tribuna do Norte)
Com informações: Tribuna do Norte