Empresa de ônibus de SP testa ônibus rodoviário a gás com chassi Scania

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (GOL Linhas Aéreas)

A Viação Santa Cruz iniciou testes com um modelo rodoviário movido a GNV/biometano da Scania. O veículo, com chassi K340 4×2 e carroceria Marcopolo Paradiso, tem 14 metros de comprimento, capacidade para 46 passageiros e autonomia de até 450 km. A operação experimental será realizada por 90 dias na rota São Paulo-Campinas.

O modelo é equipado com motor ciclo Otto, fabricado na planta da Scania em São Bernardo do Campo (SP), e seis cilindros tipo 1 com volume total de 720 litros. O abastecimento leva entre 15 e 20 minutos. De acordo com a fabricante, o ônibus emite menos ruídos e vibrações do que os modelos a diesel. Quando abastecido com biometano, a redução na emissão de CO² pode chegar a até 90%.

Segundo Francisco Mazon, CEO da Viação Santa Cruz, a expectativa é positiva e, caso os testes confirmem o desempenho esperado, a empresa poderá ampliar a frota de veículos a gás. Mazon também anunciou a aquisição de 20 chassis Scania K370 4×2 movidos a diesel e com tecnologia Euro 6.

“O ônibus a gás ainda enfrenta desafios, como o menor espaço de bagageiro devido aos cilindros, além de custos e infraestrutura de abastecimento. Mas acreditamos que esses pontos serão superados em breve. A Santa Cruz tem tradição em testar inovações, o que contribui para o crescimento do setor”, afirmou o executivo, à Revista Technibus.

Para Gustavo Cecchetto, gerente de vendas de soluções de mobilidade da Scania, um avanço importante será a homologação do cilindro tipo 4, que pode ser instalado sobre a carroceria, liberando espaço no bagageiro. Ele também destacou que o custo por quilômetro pode se tornar competitivo em relação ao diesel. “Embora o preço de aquisição do modelo a gás seja entre 25% e 30% mais alto, esse diferencial deve cair com o aumento da escala de produção”, afirmou.

O mesmo veículo já foi testado pela Viação Cometa há cerca de três anos. Agora, a unidade está em regime de comodato com a Santa Cruz, sediada em Mogi Mirim (SP). “Na época dos testes com a Cometa, o biometano ainda não tinha avançado tanto. Hoje, o cenário é outro e o interesse das empresas cresceu bastante”, destacou Cecchetto.

Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania, destacou o biometano como combustível estratégico para a transição energética. “Para distâncias curtas e médias, o gás é uma solução robusta. O Noroeste paulista, por exemplo, tem grande potencial de produção de biometano”, afirmou. Atualmente, a Scania soma 150 ônibus urbanos a gás entregues ou em produção no Brasil, além de 1.500 caminhões com a mesma tecnologia.

Já Henrique Sonja Penha, gerente-executivo de vendas da Comgás, ressaltou que o estado de São Paulo conta com 240 postos de abastecimento de GNV, sendo 20 de alta vazão, próprios para veículos pesados. Na rota dos testes, entre São Paulo e Campinas, há seis unidades com essa estrutura.

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