Por Automotive Business
Foto: Jonas Rodrigues Farias (Ônibus Brasil)
A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou um edital para criar um novo modelo de bilhetagem eletrônica na cidade. Com valor estimado em R$ 1 bilhão e licitação marcada para 6 de dezembro, o edital irá colocar nas mãos da Prefeitura todos os dados sobre compra e emissão de bilhetes do transporte público, os quais hoje são controlados por empresas privadas.
Atualmente, a RioCard, empresa vinculada à Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), é quem reúne dados como número de passageiros por veículo e volume de arrecadação, os quais são fornecidos pelas operadoras, e os repassa à Prefeitura. O problema desse modelo é que os dados ficam sob controle privado, a tal “caixa preta”, como definiu o prefeito Eduardo Paes.
Com o edital, isso irá mudar. Um novo sistema de bilhetagem será criado, com base em um cartão que o usuário poderá recarregar em qualquer lugar e de várias maneiras (até mesmo com QR Code e Pix). Faz parte da iniciativa o aumento do número de postos de recarga e compra física – o número atual de uma máquina para cada 7,5 mil habitantes deve triplicar, subindo para uma máquina a cada 2,5 mil habitantes. Também aumentarão de 6 para 15 as unidades de atendimento presencial aos usuários, com foco nas Zonas Oeste e Norte.
A grande vantagem do novo sistema é que ele colocará nas mãos da Prefeitura todos os dados referentes à bilhetagem. Será possível saber quantos bilhetes são emitidos, qual a arrecadação, quais as linhas e horários mais cheios e quais regiões estão deficitárias de linhas. Com isso, será possível ajustar a gestão pública para melhorar o sistema de transporte. Todos os dados serão monitorados em tempo real por um data center.
A Prefeitura também passará a operar como uma intermediária na arrecadação das operadoras. O dinheiro das tarifa será destinado a ela, que ficará encarregada de repassá-lo às concessionárias. Além disso, a Prefeitura também passará a embolsar de 10% a 15% da arrecadação, valor que será destinado a melhorar o transporte.
Para os usuários, além das melhorias prometidas, também virá a conveniência da integração entre modais. O bilhete terá integração com as bicicletas do Bike Rio e com os táxis do Táxi Rio, além dos ônibus, trens e metrô da cidade. Com um único cartão recarregado pela internet, o usuário poderá desfrutar de todos esses serviços.
A troca entre os cartões da RioCard (que deixarão de valer no ano que vem) pelos novos será gratuita. Outra mudança é que os pagamentos em dinheiro devem ser extintos até o final de 2023.
O objetivo da Prefeitura é que o contrato seja assinado até dezembro e que a operação comece seis meses depois, ou seja, em meados de 2022. Essa movimentação é resultado da crise no transporte público do Rio, que, assim como em todo o Brasil, viu a demanda cair vertiginosamente por causa da pandemia.