Marcopolo opera nova linha de produção com capacidade máxima e prevê 2021 no azul

Do O Estado de SP
Foto: Divulgação

Diante do progresso da vacinação e da retomada gradual da demanda por viagens, a Marcopolo está acelerando a produção no País. A companhia de Caxias do Sul (RS) está operando com capacidade máxima na recém-lançada linha de ônibus rodoviários Geração 8, com novas encomendas somente para o ano que vem. O CEO do grupo, James Bellini, admite que a quebra na cadeia global de componentes ainda é um limitante de crescimento, entretanto, ele estima que a Marcopolo deva encerrar o ano no positivo.

“Não será o melhor ano da história para nós, poderia ter sido se não fosse a pandemia. Com essa retomada, é praticamente certo que vamos encerrar o ano no positivo”, afirmou o executivo em entrevista exclusiva ao Broadcast.

A companhia opera, hoje, com dois turnos (manhã e tarde) em todas as fábricas. No segundo trimestre de 2021, a produção da Marcopolo cresceu 21,6% na comparação com o mesmo período de 2020, totalizando 2.483 unidades. Desde julho deste ano, mais de 200 unidades da Geração 8 foram vendidas para clientes do mercado brasileiro e latino-americano.

Segundo Bellini, um grande indicador da retomada foi o sucesso do lançamento da Geração 8. Trata-se de uma linha com modelos para viagens de curta, média e longa distâncias. Mais de 50 empresas compraram ônibus dessa família, entre modelos padrão e premium.

Ele acrescenta que, além das chamadas linhas regulares, o grupo também está crescendo em fretamento, segmento que atende, por exemplo, empresas que precisam transportar seus funcionários.

Uma demanda adicional para o grupo virá do programa do governo federal “Caminho da Escola”, de ônibus escolares para estados e municípios. Na licitação deste ano, a Marcopolo participará com 3,9 mil unidades. “A partir de outubro, vamos começar a produção e as entregas do Caminho da Escola.”

Em decorrência da pandemia, a Marcopolo lançou um kit batizado de Biosafe, que traz configuração de três fileiras de poltronas e dois corredores em vez de um, reduzindo em 25% a capacidade de passageiros do ônibus, mas promovendo o distanciamento. O sanitário do veículo oferece sistema de luz ultravioleta, que promete propriedades de esterilização e auto-desinfecção. Também há ‘dispenser’ de álcool em gel, e as cortinas, capas e descanso de assentos têm material antimicrobiano.

“A contaminação pelo coronavírus continua sendo uma preocupação. Além disso, novos serviços devem ser criados com esse ônibus, as empresas estão comprando uma parcela de sua frota nessa configuração”, diz o executivo.

Cadeia de suprimentos

O desabastecimento da cadeia global de componentes deve continuar sendo um desafio para a Marcopolo. Bellini relata que os aumentos dos insumos terão impactos significativos nos custos. “Essa tem sido uma grande dificuldade. Insumos básicos como aço subiram muito e nós estamos repassando o que é possível, e de uma forma escalonada”, diz o executivo. “O grande limitador para voltarmos ao nível pré-covid é o abastecimento de componentes”, acrescenta.

Ele estima que o fornecimento de componentes deve começar a se estabilizar a partir de meados de abril de 2022. “Nossa estimativa é que a normalização total da cadeia não deve acontecer antes de julho do ano que vem.”

Por outro lado, o executivo acredita que o avanço da vacinação despertou o desejo de viajar do brasileiro. “Todo mundo quer viajar. Do final deste ano até o Carnaval, o movimento do turismo vai ser muito consistente. As pessoas vão ter que viajar de ônibus.”

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