Anfavea indica tom otimista e espera crescimento das vendas em 2021

Do Portal Automotive Business
Foto: Divulgação

Pesquisa de intenção de compra feita com Webmotors aponta mais consumidores interessados em trocar de carro

Uma projeção oficial com a expectativa do que poderá vir a ser os volumes de vendas, produção e exportações de veículos em 2021 só será divulgada pela Anfavea, associação das fabricantes, no dia 8 de janeiro. No entanto, a entidade se antecipa e indica em sua primeira impressão que o próximo exercício poderá ser de crescimento do mercado. As premissas foram dadas pelo presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, na sexta-feira, 18, durante a última live da entidade em 2020 sobre uma pesquisa online realizada pela Webmotors, cujos resultados foram apresentados pelo presidente da plataforma, Eduardo Jurcevic.

“Acreditamos que o mercado vai crescer, ainda não sabemos quanto, estamos nesta fase de tentar calibrar isso, considerando aspectos econômicos e a pandemia. Não temos o número ainda, mas achamos que é de crescimento. Há o desafio do custo, é um fator relevante, considerando o dólar e vários insumos, como o aço; já está havendo esse repasse para o preço final do carro novo, o que pode movimentar de alguma forma o mercado de usados. Não é fácil fazer essa projeção, mas o tom é otimista”, afirmou o presidente da Anfavea.

O executivo comenta que a pesquisa feita com a Webmotors mostra a tendência de crescimento esperada pelas fabricantes. O dado que mais chama a atenção é que entre os respondentes, 96% disseram que têm a intenção de comprar ou trocar de carro no ano que vem. A pesquisa recebeu respostas de 2,1 mil usuários do site Webmotors entre os dias 17 e 24 de novembro, acerca da intenção de compra de veículos para 2021.

Para Jurcevic, essa tendência deve persistir nos primeiros meses de 2021. Ele recorda que nos últimos três meses a Webmotors bateu importantes recordes, tanto no número de visitas e de usuários quanto no número de propostas enviadas – sendo que este último reflete melhor como o mercado está se comportando. Ele lembrou que o site chegou a registrar queda de 38% das propostas enviadas logo no início da pandemia, em meados de março e abril, enquanto a audiência caiu em torno de 20%.

“A partir de maio, vimos uma recuperação gradual e forte que não parou de crescer. Em setembro tivemos recorde de visitas, de usuários e de envio de propostas e embora temos registrado uma queda de 4% em outubro, em novembro voltamos a ter recorde de audiência – ao mesmo tempo em que vemos um maior número de propostas por carro”, conta o presidente da Webmotors.

MAIORIA QUE QUER CARRO JÁ POSSUI UM

Segundo a pesquisa da Webmotors, 75% dos que responderam já possuem veículos. Destes, 95% pretendem trocar de carro em 2021, sendo que a maior parte, 69%, espera concretizar a troca já no primeiro semestre. Entre os principais motivos para a transferência, a pesquisa mostra que 37% considera que o carro já está velho, enquanto 18% indica que a família cresceu, o que faz com que haja necessidade de um veículo maior. Uma parcela importante, 35%, aponta ter o costume de trocar de carro frequentemente.

O tipo de veículo mais desejado entre os que querem outro carro é o SUV, preferência de 38% dos que vão optar pela troca. Um dado adicional é que entre os consumidores que têm um carro na garagem, 16% já possuem um SUV.

A maioria esmagadora – 81% – indica que planeja adquirir um carro usado, sendo que 84% deles devem utilizar o veículo que já possui como parte do pagamento. Além disso, 64% afirma que vai financiar parte do valor da compra. Do total de entrevistados que querem trocar de carro, 27% dizem que vão pagar à vista.

O presidente da Anfavea revelou que em conversas recentes com os bancos, há uma sinalização por parte das instituições de que estão devidamente preparados para oferecer crédito. “A expectativa deles é que os financiamentos de veículos cresçam 20% em 2021”, disse. Sobre a taxa de juros atual para o setor, que está entre 18% e 19%, Moraes considerou alta, embora avalie que esteja razoável.

Na outra ponta, a pesquisa revelou uma parcela de 4% dos respondentes que não pretendem comprar ou trocar de carro em 2021: o principal motivo é o fator financeiro, apontado por 48%, enquanto os impactos da pandemia são o principal motivador para 33%. A preferência por outras formas de mobilidade e o fator sustentabilidade foi citado por 10% e 7%, respectivamente.

O presidente da Webmotors informa que acredita em duas importantes tendências de mercado para o próximo ano: “Mais da metade de quem teve a experiência e jornada digital em 2020 não vai voltar para o modelo 100% tradicional, o consumidor vai ficar muito mais exigente com a comodidade dos meios digitais. Outro ponto é que até pouco tempo – leia-se antes da pandemia – havia uma tendência muito clara entre os jovens por uma mobilidade multimodal e de uma forma geral, isso se postergou, o que é uma mudança significativa e uma oportunidade para o setor”.

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