A empresa Nossa Senhora da Penha, com sede administrativa na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná, continua firme na sua política de sempre perseguir, ter como uma das metas o compromisso com a constante renovação de sua frota de ônibus, mantendo-a permanentemente dentro de parâmetros aceitáveis quanto a idade média. Com isso, prioriza sempre a segurança, o conforto dos passageiros e o controle rigoroso do menor custo possível no custo por km/rodado e demais itens inerentes a planilha de custos, tanto entre os custos fixos quanto aos custos variáveis.
Para tanto, acabou por incorporar 30 novos ônibus, todos com carrocerias fabricadas pela Marcopolo, Geração 7 (G7), sendo 21 unidades do modelo Paradiso 1200, montados sobre plataforma Scania K360IB 6 x 2 (trucado); três unidades Paradiso 1200 sobre chassi Scania K360IB, configuração 4 x 2 (toco); quatro unidades da versão Paradiso 1600 LD, também montados sobre chassis Scania K360IB 6 x 2; e, por último, duas unidades do modelo top da Marcopolo, o Paradiso 1800 DD, sobre plataforma Scania K440IB 8 x 2, quatro eixos. Sem dúvida uma excelente compra, apenas configurado de maneira errada na aquisição dos quatro Paradiso 1600 LD.
Por que configuração errada? Bem, foram montados sobre plataforma Scania K360IB 6 x 2, a mesma plataforma dos outros modelos adquiridos, Paradiso 1200. Para o Paradiso 1600 LD deveria ter-se priorizado o chassi Scania K400IB 6 x 2, com motor de 400 cv e não o motor Scania de 360 cv, pois já faz cerca de seis a oito anos que a preferência de potência para carrocerias LD saltou dos 360 cv para 400, 420 cv. Então o que vai se verificar, por causa da relação peso/cv, é que os quatro Paradiso 1600 LD apresentarão consumo de combustível superior aos Paradiso 1200, que tem menor peso da carroceria.
Todos os 30 ônibus adquiridos pela Penha tiveram o salão de passageiros configurados na categoria denominada pela empresa como Classis, com 42 poltronas do tipo semi-leito. Sendo que os dois modelos Paradiso 1800 DD, quatro eixos, dois andares, agregam duas categorias de serviço no salão de passageiros. Classis no andar superior e Astor (Leito) no primeiro andar. Os novos ônibus incorporados significará um remanejamento em toda a frota, na medida em que os mais novos substituirão os seminovos nas linhas de maior valor agregado, de maior importância e concorrência. Por sua vez, os seminovos substituirão outros em outras linhas. E assim, sucessivamente, haverá impacto em toda a frota, culminando que alguns ônibus, os mais velhos da frota, serão encostados como “carros reserva para “carros extras” em feriados ou quando algum outro é parado para manutenção preventiva ou porque quebrou, teve pane mecânica. Desses mais velhos, alguns serão disponibilizados para venda a terceiros.
A última grande compra da Viação Nossa Senhora da Penha foi no dia 27 de novembro de 2012, quando adquiriu da fabricante de carrocerias Mascarello 30 ônibus, sendo 20 unidades do modelo Roma 370, montados sobre chassi Scania K360IB 4 x 2 e mais 10 unidades também do modelo Roma 370, mas com chassis trucados, modelo Scania K400IB 6 x 2. Por último, cabe aqui observar, até para evitar comentários tipo: “ah, não compraram ônibus da Mascarello”, devemos relembrar que nem sempre a repetição de compra de um mesmo fabricante tem a ver com o fato de não ter gostado de determinada carroceria.
Muitos outros fatores entram em jogo, como o menor prazo de entrega, o desconto em cada unidade vendida, o fornecimento de itens que eram opcionais como standard e o empenho dos representantes (concessionárias). Como se vê, as variáveis em jogo são muitas e tem a ver até com o fato de não desagradar este ou aquele fabricante, procurando sempre manter relação de boa vizinhança com todos, pois nunca se sabe do dia de amanhã e se o empresário de ônibus precisar de forma urgente do fornecimento de novos ônibus e o único fabricante disponível com o menor prazo de entrega for justamente o que ele relegou a segundo plano em algum momento do passado?
Fonte e foto: Mobilidade em Foco