Laudo aponta possibilidade de interdição de área próxima ao Viaduto do Baldo

O laudo encomendado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) confirmou os problemas estruturais no Viaduto do Baldo, interditado desde o dia 4 de outubro. Os detalhes da nova avaliação serão dados somente hoje, em coletiva de imprensa, mas a titular da pasta, Tereza Cristina Pires, adiantou que o estudo identificou uma ampliação dos problemas observados em 2009. “É preciso haver a intervenção urgente para reparo do local. A situação é grave”, afirmou.
Deste modo, a interdição do viaduto, que beira os três meses, permanece por tempo indeterminado. A secretária revelou ainda que há a possibilidade de que trechos localizados sob o viaduto também sejam interditados. Não por risco de o viaduto cair – essa possibilidade ainda é dada como remota -, mas por ameaça de ruptura também no canal do Baldo.
O tempo de interdição, explicou Tereza Cristina, vai depender da nova gestão e do tempo necessário para a realização das obras de reparo. Para isso, será necessária a realização de um certame que escolherá a empresa adequada para a intervenção. “Acredito que essa vá ser a primeira grande obra realizada pela nova gestão. A situação é grave e o prefeito vai ter toda a preocupação em licitar essa obra de imediato”, ressaltou.
O laudo foi realizado pelo mesmo engenheiro que vistoriou o viaduto há três anos, José Pereira. O estudo anterior, contratado pela então Secretaria Municipal de Obras e Viações (Semov), hoje Semopi, foi usado como ponto de partida para a nova avaliação e relata diversos problemas na estrutura da construção. Dentre eles, a necessidade da troca das placas que servem de articulação de apoio para estrutura. Segundo o documento, elas deveriam ser substituídas imediatamente já naquela época.
O relatório foi usado como base para o Ministério Público pedir a interdição da estrutura em agosto passado. A petição foi acatada pela Justiça. No entendimento do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Ibanez Monteiro da Silva, a realização de estudos técnicos se fazia necessária. O estudo realizado em 2009 mostra ainda “patologias estruturais” nos primeiros vãos do lado da avenida Prudente de Morais, que apresentavam fissuras na parte inferior da construção e desníveis entre as estruturas que alcançavam 10 cm.
O engenheiro responsável pelo laudo foi procurado pelo Novo Jornal, mas não foi localizado. Devido a uma queda de energia, os telefones da Engecal, empresa da qual faz parte, ficaram sem funcionar. Quando voltaram ao normal, uma secretária afirmou que o engenheiro não estava na empresa e que não retornaria.
Em entrevista dada em outubro deste ano ao Novo Jornal, José Pereira lembrou que no primeiro trabalho ficou clara a urgência da realização de manutenção na obra devido aos problemas estruturais. A obra viria a ser realizada com um controle de tráfego no viaduto, pois não apontava a necessidade da interdição completa da via.
O trabalho de avaliação repetiu o procedimento da última análise. Realizou, por exemplo, testes das aberturas na estrutura e acúmulo de água, que causa corrosão na armadura e influencia na segurança da estrutura. O relatório apresentado hoje deve conter farto material fotográfico sobre os problemas encontrados.
Foto: Fábio Cortez (Novo Jornal)
Fonte: Novo Jornal

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