Anfavea atualiza estudo sobre descarbonização automotiva e entrega a vice-presidente

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (ANFAVEA / LinkedIn)

A Anfavea, em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), finalizou uma versão atualizada do estudo “O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo no Brasil”, que foi entregue ao vice-presidente da república e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, ontem (05). A nova versão do estudo revisa dados e reforça a estratégia de eletrificação combinada com o uso de biocombustíveis como solução para o Brasil.

Quando o estudo original foi apresentado em 2021, a previsão era de que um terço das vendas de veículos no Brasil seria de modelos eletrificados até 2035. No entanto, o cenário atual indica que mais da metade do mercado será composto por híbridos e elétricos já em 2030, com a possibilidade de atingir 90% em 2040. Esse crescimento reflete os investimentos anunciados nos últimos anos, juntamente com o aumento da demanda por veículos elétricos, especialmente os de menor custo provenientes da China.

No segmento de veículos pesados, a previsão é que novas tecnologias de propulsão representem 60% do mercado até 2050. Para os ônibus urbanos, espera-se que os veículos elétricos respondam por metade das vendas já em 2035.

Redução de emissões e cenários futuros
De acordo com o estudo “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”, apresentado pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o setor de transporte atualmente emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, representando 13% das emissões totais do país. Caso as tendências atuais continuem, esse número pode aumentar para 246 milhões de toneladas nos próximos 15 anos.

Entretanto, a intensificação de tecnologias de propulsão e o maior uso de biocombustíveis podem gerar uma redução de 280 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período. Se combinadas com medidas complementares, como renovação de frota, inspeção veicular, aumento do poder calorífico dos biocombustíveis e adoção de programas de reciclagem veicular, essa redução pode chegar a 400 milhões de toneladas.

Investimento em infraestrutura
O estudo também destaca a necessidade de investir em infraestrutura para apoiar o aumento de veículos eletrificados e o uso de biocombustíveis. Com a expansão da frota elétrica e o aumento da mistura de etanol na gasolina para 35% e do biodiesel no diesel para 30%, será necessária uma maior oferta de energia elétrica e produção de biocombustíveis para garantir a sustentabilidade do ecossistema de transporte.

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