Representantes do International Council on Clean Transportation (ICCT) de passagem pelo Brasil fizeram ontem (28) uma apresentação histórica na reunião mensal do Comitê do Clima do Município de São Paulo sobre a necessidade premente de adoção imediata no Brasil da tecnologia Euro VI (com filtro de partículas), em especial, nos ônibus urbanos nas grandes cidades poluídas no país.
Ônibus Euro VI a gás: made in Brasil para uso no México – créditos: Scania México |
O novo padrão, em uso na Europa desde 2012 e obrigatório desde 2014, deve substituir o Euro V (Fase P7 do Proconve), “uma sucata tecnológica que não funciona como deveria nas ruas, mas somente nos testes de certificação em laboratório do Proconve para obtenção da licença de comercialização”, diz o especialista Olímpio Álvares, que esteve no encontro com Meirad Signer e Ray Minjares. Apesar disso, diz Álvares, milhares de veículos com a tecnologia Euro V continuam sendo despejados no mercado brasileiro pelas montadoras com a silenciosa complacência das autoridades locais.
Na semana passada, dia 21 de novembro, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou a Deliberação 25/2017, que “recomenda aos órgãos competentes dos municípios e do Estado que, a partir de janeiro de 2018, em todos os processos licitatórios para aquisição de novos ônibus urbanos a diesel, a licitação inclua um requisito específico que exija a utilização da classe Euro VI.”Há cerca de dois meses, o Comitê do Clima de São Paulo já havia feito uma recomendação semelhante ao prefeito.
A tecnologia Euro VI já está disponível no Brasil, inclusive com motores a biogás, mas enquanto as autoridades desconversam, continuamos a respirar os gases e o material particulado que sai dessas máquinas barulhentas. As previsões atuais indicam que apenas em 2022 o país adotará esse padrão para caminhões e ônibus.
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