Adotado nos Estados Unidos desde 2012 e na Europa a partir de 2014, o padrão Euro 6 de restrição a emissões de poluentes por veículos a diesel só deve se tornar realidade no Brasil a partir de 2022. A previsão é de especialistas reunidos nesta última quarta-feira, 28 de junho de 2017, no evento Automotive Techday do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
O Brasil ainda segue as normas do Euro 5, dentro da fase 7 do Proconve – Programa de Controle de Poluição de Ar por Veículos Automotores, do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Esta sétima fase está em vigor desde 2012, sendo obrigatória a comercialização de ônibus, caminhões e outros veículos a diesel desde 2013.
Segundo o representante da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, Francisco Nigro, fabricantes de veículos e Governo Federal devem chegar a esse consenso, mas ainda nada está oficialmente definido.
Nigro integra a equipe do Rota 2030, que tem como um dos objetivos ampliar a eficiência energética dos veículos automotores produzidos no Brasil.
De acordo com o especialista, se dependesse do governo federal, a nova etapa do Proconve estaria em vigor antes de 2022, mas as montadoras dizem que precisam de mais prazo para se adaptar.
Entretanto, algumas fabricantes já fazem no Brasil motores com base nas normas Euro 6 para exportação.
Alguns destes modelos são enviados para o Chile.
Apesar de o Brasil ter em vigor as normas com base no Euro V, mais da metade dos ônibus que circulam pelo país e em torno de 70% dos caminhões ainda são de tecnologia Euro 3, anterior e mais poluente ainda.
A mudança de tecnologia no Brasil sofreu historicamente diversos entraves, tanto é que pela demora em se avançar nesse sentido, o país pulou da fase Euro 3 para Euro 5, sem adotar a intermediária Euro 4.
Uma das preocupações atuais em relação aos investimentos necessários para adequar as plantas ao volume do mercado interno, que é maior que o das exportações, é a crise econômica, que ainda não tem perspectiva de ser revertida totalmente.
Desde 2013, a queda de vendas de ônibus e caminhões é de cerca de 70%, o que interfere na lucratividade e disposição para investimentos das montadoras.
Fonte: Diário do Transporte