GM quer transformar o elétrico no modelo comum do consumidor

Divulgação-GM
Da ampla sala totalmente envidraçada era fácil perceber como a neve começava a aumentar, cobrindo a rua e formando flocos de gelo no rio que separa os Estados Unidos do Canadá. Logo que entrou, Pam Fletcher lamentou que o salão do automóvel de Detroit seja sempre no inverno. A executiva não se deu conta do quanto o cenário que se via da janela deslumbrava os jornalistas sul-americanos, convidados a entrevistá-la.

Foi, ao mesmo tempo, uma surpresa o primeiro vídeo apresentado por Pam, vice-presidente do programa global de veículos elétricos da General Motors. Não havia nada de diferente na linha de montagem do Bolt, modelo elétrico da GM que apareceu no vídeo. Foi essa, justamente a mensagem que a executiva quis passar. “Queremos fazer do carro elétrico um veículo normal” disse a executiva.
O trabalho de Pam é fazer com que não só o carro em si, mas o objetivo de que as pessoas sejam transportadas pelo mundo com índice zero de acidentes, zero de emissões de poluentes e sem congestionamentos também passem a ser algo trivial.
A curva de vendas de carros elétricos da montadora mostra que ela está no caminho certo. No ano passado, foram vendidos nos Estados Unidos 200 mil veículos elétricos, dos quais 43,6 mil foram da GM. O total geral ficou mais de 40% acima de 2016.
Os volumes de veículos movidos a baterias ainda são baixos levando em conta o tamanho de um mercado, que chega a 17 milhões de unidades por ano. Mas há um crescimento sustentável, que anima as montadoras a elevar os investimentos nesse tipo de veículo. Segundo Pam, a GM planeja lançar pelo menos 20 modelos diferentes de elétricos até 2023.
Nos Estados Unidos, as vendas de veículos movidos a eletricidade ainda dependem de subsídios do governo. O Bolt, o mais recente lançamento da Chevrolet nesse segmento, custa US$ 29 mil. Sem o subsídio chegaria em US$ 37 mil, segundo Pam. Para a executiva, a dependência dos incentivos começará a diminuir à medida que a produção aumente e o custo com baterias, a parte mais cara, diminua. “No início desse tipo de programa, os subsídios são úteis porque servem para acelerar as vendas; mas com o aumento de escala tendem a acabar”, destacou.
A executiva disse não saber, porém, quando os modelos elétricos poderão estar nas ruas em grandes quantidades em países como o Brasil. “Essas coisas acontecem quando se decide que tipo de transporte se quer para um país”, destacou. Para a executiva, o carro elétrico leva vantagem mesmo em países que geram eletricidade em usinas termelétricas. “É mais fácil cuidar da despoluição de uma usina do que de carro por carro nas ruas”.
Valor Econômico

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