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O parlamento irlandês aprovou no último dia 12 uma lei que obriga o país a se desfazer de seus investimentos em empresas de combustíveis fósseis. Aprovada com apoio de todos os partidos na câmara baixa (equivalente à Câmara dos Deputados), a Lei de Desinvestimento em Combustíveis Fósseis torna a Irlanda o primeiro país do mundo a se comprometer com a retirada de dinheiro público investido em empresas de petróleo, carvão e gás – indústrias que estão contribuindo para as mudanças climáticas.
A lei vai obrigar o Fundo de Investimento Estratégico da Irlanda (ISIF) a vender seus investimentos na indústria de combustíveis fósseis global, que em junho de 2017 estavam na casa dos € 318 milhões, distribuídos em 150 empresas em todo o mundo. Ela resulta de mais de dois anos de trabalho do deputado Thomas Pringle, da ONG Trócaire e outros grupos da sociedade civil, ativistas e estudantes, e da Rede Global de Ação Legal (GLAN).
Gerry Liston, diretor jurídico da GLAN, que redigiu o projeto, explica que esse projeto é necessário fazer os governos cumprirem suas obrigações sob o Acordo de Paris e pararem já de sustentar financeiramente a indústria de combustíveis fósseis. “Países de todo o mundo devem agora seguir com urgência a liderança e o desinvestimento da Irlanda dos combustíveis fósseis”, disse Liston.
Por sua vez, Éamonn Meehan, diretor executivo da ONG Trócaire, declarou: “Essa lei vai impedir que o dinheiro público seja investido contra o interesse público. Ela envia um sinal claro nacional e globalmente de que a ação sobre a crise climática precisa ser acelerada urgentemente”. Segundo ele, a mudança climática provocada pelo uso de combustíveis fósseis é responsável por altos níveis de poluição do ar, secas prolongadas, inundações e tempestades; aumentou a fome no mundo e já contribuiu para a morte de centenas de milhares de pessoas.
Retardatária
A Irlanda ganhou reputação internacional nos últimos anos como uma ‘retardatária do clima’ e no mês passado foi classificada como o segundo pior país da Europa para a ação climática, então a passagem desta lei é uma boa notícia, afirmou Meehan, que agora torce para que esta importante legislação passe rapidamente pelo senado e seja promulgada antes do final do ano.
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