Estudo da NTU mostra que ônibus representam menos de 1% das emissões de gases poluentes

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Trampolim da Vitória)

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) apresentou o estudo inédito “Modernização tecnológica da frota do transporte coletivo urbano”. O levantamento analisa o processo de renovação da frota de ônibus urbanos no Brasil e propõe estratégias para a descarbonização do transporte público. Entre os dados mais relevantes está a constatação de que as emissões de ônibus urbanos, rodoviários e de fretamento representam apenas 0,8% do total de emissões do país, conforme informações do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases (SEEG 2023), do Observatório do Clima.

O estudo aborda questões relacionadas à poluição veicular, ao aquecimento global e ao estágio atual das tecnologias voltadas à descarbonização da frota. De acordo com Francisco Christovam, diretor executivo da NTU, o documento reúne informações estratégicas que podem orientar ações e políticas no setor nos próximos anos.

“Utilizamos dados de mercado e do setor para realizar uma análise ampla, sugerindo uma colaboração entre os setores público, privado e a sociedade para modernizar o transporte público urbano de maneira sustentável”, destacou Christovam.

Idade da frota e eletrificação
A pesquisa revela que a idade média da frota nacional de ônibus urbanos atingiu seis anos e cinco meses, o maior patamar em quase três décadas, segundo o Anuário NTU 2023-2024. Além disso, o estudo atualiza o número de ônibus elétricos em operação no Brasil, que chega a 420 veículos, dentro de um universo de 107 mil unidades.

Apesar de favorável à transição para veículos elétricos, a NTU alerta sobre a necessidade de um planejamento gradual. “Os 420 ônibus elétricos representam um desafio imenso em termos de eletrificação, especialmente considerando o tamanho da frota nacional”, observou Christovam.

A distribuição dos ônibus elétricos é concentrada principalmente no Sudeste, que responde por 79,8% da frota (335 veículos). As demais regiões possuem números significativamente menores: 37 no Sul, 28 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste e apenas dois na Região Norte.

Modernização contínua e incentivos governamentais
O estudo também destaca os avanços alcançados pelo setor nas últimas décadas, especialmente em adequação ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). A maioria dos ônibus urbanos em operação atualmente está na fase 7 do programa, enquanto diversas capitais já utilizam veículos da fase 8, que impõe limites ainda mais restritos às emissões de poluentes.

Por outro lado, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana – Renovação da Frota, do Governo Federal, prevê um investimento de R$ 9,8 bilhões na aquisição de 5.311 novos ônibus, incluindo 2.296 elétricos e 3.015 movidos a diesel Euro 6.

“A pesquisa evidencia que o transporte público urbano é uma alternativa sustentável e deve ser incentivado. Apesar dos avanços, temos desafios significativos pela frente para garantir a modernização e descarbonização contínuas do setor”, concluiu Christovam.

O estudo coloca em perspectiva a necessidade de investimentos consistentes para que o transporte público continue sendo uma opção de qualidade, sustentável e eficiente para os cidadãos brasileiros.

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