Do PORTAL UNIBUS
Foto: André Moreira (Governo de Sergipe)
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Universidade da Flórida (EUA) e Universidade de Pequim, na China, destaca o impacto do trabalho remoto no setor de transporte público desde o início da pandemia de covid-19 em 2020. Embora o trabalho remoto possa reduzir significativamente as emissões de carbono provenientes das viagens de carro, ele também afeta diretamente o uso do transporte público em todo o mundo.
Segundo o estudo, um aumento de 10% no trabalho remoto poderia resultar em uma redução de 10% nas emissões de carbono do transporte, o que equivale a cerca de 200 milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente nos EUA, graças a menos viagens de automóvel. No entanto, essa mesma proporção de trabalho remoto poderia reduzir a receita das tarifas de transporte público em até US$ 3,7 bilhões nos Estados Unidos, representando uma queda de 27%.
Os pesquisadores analisaram dados recentes sobre trabalho remoto e comportamento de transporte desde o início da pandemia para chegar a essas conclusões. Descobriram que cerca de 14% da força de trabalho atual trabalha exclusivamente em casa, mas até metade dos trabalhadores poderiam adotar o trabalho remoto pelo menos em parte do tempo.
O estudo também destacou que a demanda por transporte público diminuiu duas vezes mais rápido do que as viagens de carro em resposta ao trabalho remoto. Isso se deve ao fato de que muitas pessoas dependem principalmente do transporte público para se deslocar para o trabalho, e quando começam a trabalhar em casa, essa necessidade de transporte diminui consideravelmente.
Devido a essas mudanças de comportamento, as agências de transporte enfrentam desafios significativos em termos de sustentabilidade financeira. Uma possível solução mencionada no estudo é fornecer mais serviços fora dos horários de pico em áreas residenciais para atender melhor aos trabalhadores remotos.
O estudo, publicado na revista Nature Cities em 9 de abril, destaca a necessidade de continuar analisando os efeitos do trabalho remoto na mobilidade urbana à medida que novos dados se tornam disponíveis e as tendências do emprego evoluem além dos efeitos imediatos da pandemia.