Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)
Uma pesquisa realizada pela YouGov a pedido da Stellantis revelou que, embora a geração Z demonstre um forte apoio à mobilidade sustentável, suas ações ainda não refletem totalmente esse desejo. Os resultados foram apresentados durante o Freedom of Mobility Forum, realizado pela montadora na quarta-feira, 3.
De acordo com Alexandre Devineau, gerente geral da empresa de pesquisa, apenas 10% dos jovens entrevistados afirmaram ter implementado mudanças significativas em seus hábitos de deslocamento visando uma maior sustentabilidade. O estudo, que envolveu mais de 5 mil pessoas em países como Brasil, França, Índia, Marrocos e Estados Unidos, teve como objetivo fornecer dados para entender como o planeta pode acomodar as crescentes necessidades de mobilidade da população global, que deve chegar a 9,7 bilhões até 2050.
Embora a geração Z tenha demonstrado entusiasmo em fazer a transição para formas de transporte mais sustentáveis, indivíduos mais velhos e residentes em áreas rurais mostraram maior resistência. “Um em cada 4 cidadãos não tem planos de alterar seus hábitos, principalmente dentro desse grupo”, apontou Devineau.
Ele observou também que, nos países em desenvolvimento, há uma maior inclinação para a mudança. No Brasil, por exemplo, 75% dos entrevistados mostraram disposição para abrir mão de meios de transporte individuais e de propriedade própria.
Carros elétricos enfrentam desafios para se tornarem solução imediata para mobilidade
Durante o fórum, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, destacou que os carros elétricos terão um papel relevante na mobilidade do futuro, mas enfrentam desafios significativos para ganhar escala imediatamente. Um desses desafios é a densidade energética das baterias, que ainda demandam muita matéria-prima e têm um grande impacto ambiental.
“Temos expectativas de melhoria nos próximos anos, mas atualmente não faz sentido aumentar drasticamente a exploração de insumos”, afirmou Tavares durante o debate no fórum.
Ele também enfatizou a questão da infraestrutura de recarga, que ainda precisa evoluir para proporcionar aos usuários de veículos elétricos a mesma conveniência encontrada ao abastecer um carro a combustão. Segundo Tavares, é necessário equipar garagens e estacionamentos com equipamentos de recarga para que as pessoas possam recarregar enquanto estão no trabalho, na universidade ou na academia, sem a necessidade de tempo extra de espera.