Do Jornal Valor Econômico
Foto: Divulgação (Mercedes-Benz do Brasil)
O hidrogênio começa a ser usado na Europa como forma de estender a autonomia de ônibus urbanos movidos a eletricidade. A conversão do hidrogênio, armazenado em um tanque no veículo, em energia elétrica garante à bateria carga extra em torno de 30%.
O grupo alemão Daimler acaba de lançar um modelo com essas características e vendeu 50 unidades. Mas, trata-se de uma experiência ainda cara, segundo Frank Mandel, responsável por treinamento de produto na Daimler.
Segundo ele, além disso, a logística de abastecimento do hidrogênio, que tem que ser extremamente puro, ainda é complicada e restrita a suprimento em locais mais reservados, como garagens de determinados frotistas.
Na Europa, um ônibus urbano elétrico roda em torno de 300 quilômetros com uma carga de bateria. Com a ajuda do hidrogênio, o modelo eCitare Fuel Cell, da Daimler, alcança 400 quilômetros.
O uso do hidrogênio como extensor de autonomia surge como uma alternativa para viabilizar o uso de ônibus elétricos em estradas.
Durante a abertura da BusWorld, a maior feira do setor, ontem, em Bruxelas, o presidente mundial da Daimler Buses, Till Oberwörder, disse que, embora a tecnologia esteja pronta, a falta de infraestrutura de carregamento de baterias nas estradas dificulta da eletrificação dos ônibus rodoviários.
Segundo o executivo, a União Europeia determinou que até 2030, 45% dos ônibus urbanos vendidos na Europa serão livres de carbono. Ele estima, no entanto, que, pela falta de pontos de recarga nas rodovias, não será possível ir além de 20% no mesmo período. “Temos que ser realistas”, disse.
Já em relação aos ônibus urbanos, por outro lado, o executivo prevê que até 2030, 100% dos ônibus vendidos na Europa serão carbono zero.