Do Valor Econômico
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A Uber venceu uma batalha judicial para continuar operando em Londres, depois de uma longa disputa entre a companhia de aplicativo de transporte e a autoridade reguladora do transporte, Transport for London, envolvendo as práticas de segurança da empresa.
O juiz Tan Ikram disse que a corte aceitou que a Uber é uma companhia “idônea e competente” para operar na capital, depois de ela ter recorrido contra a decisão da Transport for London, em novembro, de não renovar sua licença.
A vitória da Uber no tribunal de Westminster é uma rara notícia boa para a companhia, que vem enfrentando demoradas batalhas jurídicas ao redor do mundo e pressões à manutenção de seus negócios em razão dos “lockdowns” provocados pela pandemia de covid-19, que levaram a uma queda de 75% nas reservas brutas de corridas em termos globais.
Londres é um dos mercados mais importantes para a Uber, com 45.000 motoristas licenciados e 3,5 milhões de passageiros. A disputa do Uber com a TfL data de 2017, quando a autoridade reguladora a classificou de não ser “idônea e competente” para operar, citando a “falta de responsabilidade corporativa” da companhia em sua postura em relatos de infrações penais graves como um de vários fatores.
Em junho de 2018, essa decisão foi revertida pela juíza Emma Arbuthnot, que concedeu à companhia uma licença de 15 meses após concluir que os acertos de governança eram suficientes. No entanto, em novembro a TfL optou por não renovar a licença da Uber depois de uma nova série de questões envolvendo segurança. Segundo a autoridade reguladora, entre as mais notórias estavam uma lacuna técnica que permitia aos motoristas fazer “uploads” fraudulentos de suas fotografias nas contas de outros motoristas.
Tim Ward, representando a Uber, tentou mostrar que a companhia fez grandes mudanças ao longo do último ano, atualizando seus sistemas técnicos e gerencial. “A fraude nas identidades de motoristas foi motivo de grande lástima para a Uber”, disse ele, mas há motivos fortes para acreditar que “a plataforma resolveu esse tipo de problema”.
Ikram reconheceu as “falhas históricas” da companhia, incluindo a fraude em identidades de motoristas. Mas ele não concordou com o argumento da Licensed Taxi Drivers Association (LTDA) de que a companhia tentou ocultar deliberadamente o problema, considerando-o de “otimismo equivocado e não uma tentativa de enganar”.