As cidades mais congestionadas (e poluídas) do mundo

A empresa mundial de análise de mobilidade Inrix Inc. publicou seu Global Scorecard 2018, onde identificou e classificou as tendências de congestionamento e mobilidade em mais de 200 cidades em 38 países.
Marginal Tietê parada. São Paulo é a 5ª mais congestionada. Créditos: Rovena Rosa/ Agência Brasil
Em nível global, Moscou liderou a lista das cidades mais engarrafadas do mundo (210 horas perdidas devido ao congestionamento), seguida por Istambul (Turquia), Bogotá (Colômbia), Cidade do México e São Paulo.
Como se vê no quadro a seguir, a cidade de São Paulo ficou em 5° lugar no ranking e o Rio de Janeiro em 7° lugar entre as dez cidades mais congestionadas do mundo. Veja os dez piores trânsitos, segundo o ranking:
Tecnologia de dados 
Segundo a Inrix, a aplicação de big data para criar sistemas de transporte inteligentes é fundamental para solucionar problemas de mobilidade urbana. As análises da empresa sobre tráfego, estacionamento e movimento populacional ajudam os planejadores urbanos e engenheiros a tomarem decisões baseadas em dados para priorizar gastos, e assim maximizar os benefícios e reduzir os custos agora e para o futuro.
Ao comentar o relatório, Glynn Barton, diretor de gerenciamento de rede da TfL, afirmou sobre a capital britânica: “Estamos tomando medidas corajosas para reduzir o congestionamento e melhorar a baixa qualidade do ar de Londres. Isso inclui eliminar a isenção de taxa de congestionamento para veículos particulares de aluguel e a redução do tempo necessário para esclarecer incidentes não planejados, garantindo que as obras rodoviárias de empresas de serviços públicos sejam melhor coordenadas. Também estamos trabalhando com o setor de frete para incentivar entregas mais eficientes em toda a capital”.
Ou seja: as conclusões do Inrix 2018 Traffic Scorecard fornecem uma referência quantificável para governos e cidades em todo o mundo para medir a melhoria da mobilidade urbana e acompanhar o impacto dos gastos em iniciativas de cidade inteligente.
O caos da poluição em SP
Em uma cidade como São Paulo, o problema de mobilidade é também um assunto relacionado à moradia e à desigualdade social. Mas a relação não para por aí: o problema de mobilidade gera a poluição do ar, que afeta muito mais os passageiros de ônibus, os motoristas e cobradores, que gastam mais tempo no seu trajeto do que os passageiros de metrô, por exemplo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como limite de exposição a material particulado 20 µg/m3 (micrograma por metro cúbico de ar), um índice que já foi superado por todas as estações de monitoramento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), de acordo com o Jornal da USP no Ar. 
A publicação afirma que algumas delas já atingiram 40 microgramas de material particulado, como as estações de Osasco, Grajaú e Mauá.
A reportagem entrevistou Maria de Fátima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, para saber mais acerca das implicações da exposição à poluição entre os usuários de automóveis, metrô, trem e bicicleta durante o trajeto casa-trabalho.
“Aqueles que moram em regiões mais afastadas ficam muito mais tempo expostos e, em geral, as concentrações são mais elevadas em regiões mais periféricas da cidade de São Paulo”, explica Andrade.
Poluição urbana
Em 2015, a OMS divulgou um relatório demonstrando que a poluição urbana está muito acima dos limites recomendados. Isso torna a poluição um problema de saúde pública em muitas cidades, como, por exemplo, a Cidade do México, São Paulo, Moscou ou até mesmo Roma.
A única solução para diminuir as doenças e mortes causadas pela poluição urbana é retirando os carros das ruas. Isso significa investimento de governos em transporte público. Essa saída impactaria não apenas na saúde física dos habitantes das cidades, como, também, em saúde mental e qualidade de vida, já que não passariam horas do dia presos (estressados) em engarrafamentos.
O poder público é responsável por assegurar a melhoria dos padrões de qualidade do ar para as cidades. No Brasil, estamos, ainda, muito distantes de atingi-lo: aqui o padrão é de 100 a 500 vezes menor do que o aplicado na Europa, por exemplo. Só com o investimento do setor público e com mudanças mais rigorosas na legislação podemos vislumbrar um ar mais limpo e saudável.
Mobilize Brasil

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