Ramez Naam – Foto: Divulgação |
O setor de transporte vem inovando e abarcando um número cada vez maior de tecnologias disruptivas em todo o mundo. Os veículos elétricos são exemplos dessas quebras de paradigmas e têm sido produzidos em escala exponencial. Previsões apontam que, até 2035, esse tipo de automóvel será mais barato que um carro normal para dois passageiros. A afirmação é do cientista da computação e futurólogo, Ramez Naam. Ele é um dos palestrantes do SingularityU Brasil Summit, evento que terminou na terça-feira (24), em São Paulo, patrocinado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e com apoio institucional do SEST SENAT e do ITL (Instituto de Transporte e Logística).
A explicação é que a indústria automotiva começa a investir de forma maciça em baterias de lítio, o que tem barateado o valor final. Segundo o especialista, o custo dessas baterias caiu 25 vezes nos últimos anos. “No passado, uma empresa previu que iria produzir 25 mil veículos elétricos por ano, até 2040. A própria montadora contrariou suas previsões e acredita que irá produzir 500 mil veículos anualmente até 2020”, afirmou.
Segundo Naam, essas baterias melhoraram a sua forma de armazenamento de energia nos últimos anos. E foi além ao dizer que elas não serão usadas apenas para veículos, mas também para drones. “Hoje, elas duram cerca de trinta minutos. Entretanto poderão durar até 300 minutos em um futuro breve”, observou. Segundo ele, a autonomia é uma das tecnologias disruptivas dentro do setor de transporte e vem acompanhada de uma tendência de investimento em tecnologias de baixa emissão, como a energia eólica e a solar.
“Os preços da energia eólica têm caído no mundo com índices abaixo dos valores da energia movida a carvão e a gás. São mudanças revolucionárias. Em 1977, um painel de energia solar custava US$ 77. Hoje, custa U$ 0,30. É quase como uma transformação digital na infraestrutura”, disse. Ele prevê que o investimento em energia oriunda de hidrelétricas tende a cair e que, no futuro, esse tipo de energia será mais caro que as sustentáveis, ou seja, tende a desaparecer.
Evie Gonçalves
Agência CNT de Notícias