A Cummins está dando continuidade ao seu projeto de repotenciamento para os clássicos ônibus londrinos e outros modelos antigos. A tecnologia permite que motores ultrapassados sejam adequados às novas regras de emissões da Europa, o Euro VI, mas mantendo as carrocerias dos veículos. Serviço também será oferecido no Brasil.
O projeto começou em 2016, quando Sir Peter Hendy, um ex-Comissário de Transporte de Londres, pediu à fabricante que atualizasse um exemplar dos clássicos vermelhões que possuía. O modelo é um RM1005 Routemaster fabricado pela AEC em 1962. Para alcançar este objetivo, o motor do veterano foi substituído por um Cummins 4.5L ISB, junto com seus sistema de exaustão e tratamento de emissões, compatível com a legislação atual da região.
Em abril do ano que vem, as Zonas de Emissões Ultra-Baixas (ULEZ, na sigla em inglês) entrará em vigor. A ULEZ determina que veículos circulando em uma área específica de Londres obedeçam a critérios distintos ou paguem uma multa. Para os ônibus e outros veículos pesados movidos a diesel, as regras determinam motores de nível Euro VI, a mais alta exigência em prática no continente e que requer motores modernos, produzidos depois de 2014.
Os clássicos ônibus londrinos foram produzidos entre 1954 e 1968 e, portanto, estão longe de se adequarem à legislação de emissões moderna. A maioria dos tradicionais ônibus vermelhos já saiu de circulação na capital britânica, e apenas alguns ainda podem ser vistos nas ruas, fazendo rotas turísticas. Com o repotenciamento, é possível que o modelo continue operando na cidade ainda por muitos anos sem contribuir para o aumento na poluição.
O repotenciamento no ônibus de Sir Peter Hendy foi concluído no ano passado e o veículo recebeu a almejada certificação Euro VI. O xodó de Hendy foi então colocado a serviço em uma rota de Londres.
A fabricante também está desenvolvendo o serviço para outros modelos, muitos na categoria Euro IV de 2007, para manter a vida útil dos veículos e sua operação na cidade. O repotenciamento de ônibus antigos com motores modernos reduz as emissões de partículas de poluente em quase 90% e de óxidos de nitrogênio (NOx) em 50%, segundo a Cummins. Estes últimos são químicos especialmente nocivos e expelidos em maior quantidade pelo diesel do que pela gasolina.
Para reduzir a poluição produzida pelos ônibus, o processo também envolve a instalação de um sistema Start/Stop que interrompe o funcionamento do motor quando o veículo estaciona para o embarque e desembarque de passageiros. Com isso, o consumo de combustível também diminui. Segundo a Cummins, para um ônibus de dois andares, a redução chega a 8%, e a emissão de dióxidos de carbono (CO2) diminui em até 6 toneladas por ano por veículo.
Ashley Watton, diretor de Negócios Rodoviários da Cummins na Europa, salienta o aspecto ecológico do projeto da fabricante. “A iniciativa da Cummins visa aumentar rapidamente o número de ônibus urbanos com motor Euro VI, além de contribuir significativamente para melhorar a qualidade do ar e reduzir as emissões de carbono em Londres e em outras cidades que estabelecem Zonas de Emissões Ultra-Baixas”, comenta ele.
Os motores utilizados pela fornecedora no processo também são compatíveis com o biodiesel B20 e diesel renovável HVO, que reduzem ainda mais a emissão de poluentes se comparados com o diesel fóssil comum. O serviço de repotenciamento ainda está em desenvolvimento pela fabricante e, segundo própria, também será oferecido no Brasil.
Fotos: Divulgação
Fonte: Auto Papo