PI: Setut solicita mais faixas exclusivas para ônibus em Teresina

O diretor de Comunicação do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), Solfieri Silva, declarou que a Prefeitura de Teresina precisa ampliar o número de faixas exclusivas para a circulação dos ônibus coletivos. “Esta medida é necessária para obter bons resultados em termos de mobilidade urbana, com investimentos relativamente pequenos”, defendeu o empresário.
O posicionamento do diretor do Setut é respaldado por renomados especialistas. É o caso de Otávio Vieira da Cunha Filho, bacharel em Administração e Ciências Contábeis, empresário de transporte urbano de passageiros em Marabá (PA), e membro do Conselho Diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Otávio é também presidente da Diretoria Executiva da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Presidente ainda da Seção 1 – Passageiros, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o empresário paraense sustenta estar provado que as faixas exclusivas conseguem mesmo tirar os ônibus dos congestionamentos. Com isso, há redução do tempo de viagem, e a diminuição dos custos operacionais do transporte público. Este efeito, segundo o diretor do Setut, já pode ser medido em função da faixa exclusiva implantada na Avenida Frei Serafim.
Ganhos de eficiência: “A Prefeitura de Teresina precisa ampliar o número de faixas exclusivas para o trânsito dos ônibus coletivos, a exemplo do que ocorre em outras capitais, com grande êxito”, acrescentou Solfieri Silva. “Ao lado da diminuição da carga tributária, ganhos de eficiência com essa magnitude assumem grande importância neste momento em que se discutem alternativas para reduzir o valor da tarifa paga pelo usuário”, destaca Otávio Vieira.
A NTU preparou inclusive uma simulação, comparando o comportamento dos ônibus em um corredor compartilhado com automóveis, motos e outros veículos com a situação dos mesmos ônibus em faixa exclusiva. No meio do congestionamento, a velocidade comercial média dos ônibus ficou em torno de 17 km por hora, enquanto na faixa exclusiva a velocidade foi 60% maior, alcançando 27,5 km por hora, possibilitando uma redução significativa nos custos da operação.
O presidente da Diretoria Executiva da NTU considera ainda que a redução do tempo de viagem amplia a qualidade do serviço, e o melhor desempenho na pista proporciona menor consumo de combustível, contribuindo para reduzir os índices de poluição ambiental. “Resumindo, as faixas exclusivas para ônibus têm várias vantagens e rigorosamente nenhuma contra-indicação, constituindo experiências a serem multiplicadas.”
Sistema BRS: Uma das experiências bem sucedidas acontece na capital fluminense. Desde 2011, o Rio de Janeiro vem demonstrando ser possível implantar um sistema de Bus Rapid Service (BRS), nome que pode ser traduzido por “serviço rápido por ônibus”. Trata-se da destinação de duas faixas de rolamento exclusivamente para os ônibus, enquanto o tráfego de automóveis e de outros veículos individuais é permitido nas outras faixas da via.
Segundo dados oficiais, ainda preliminares, em São Paulo, divulgados em setembro, a nova sistemática conseguiu reduzir em aproximadamente 46% o tempo de viagem em diferentes corredores. E conta com o apoio de 88% da população, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha. Em linhas gerais, o sistema exige a marcação do solo, monitoramento para dificultar a invasão da faixa do ônibus pelos carros, e determinação da autoridade municipal.
“É necessário que todos compreendam e possam seguir as novas regras”, receita o diretor do Setut, lembrando que a Lei da Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12 – resguarda os administradores municipais neste sentido. “A lei tem como princípio ‘a equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros’, e estabelece como diretriz claríssima a ‘prioridade dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado’”.

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