Atualmente, a Via Costeira é palco de uma polêmica sobre a viabilidade de construção de novos empreendimentos. Dos 14 projetos previstos para a Via Costeira, seis já estão com processo de licenciamento aberto na secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e outros dois, já licenciados (Hotel NATHWF – antigo BRA e o Via Costeira Hotéis – Ponta Negra Bay) estão embargados. Alheios à discussão, os turistas esperam que melhorias sejam implantadas no local. “O calçadão onde ficam os pontos de ônibus não combinam com o luxo dos hotéis. Seria interessante se fizessem algo para melhorar o aspecto e o conforto de quem precisa do transporte público”, disse a turista mineira Joseane Andrade, 32 anos.
O problema da falta de abrigos também se repete na calçada localizada do lado dos hotéis. Pelo menos três pontos não possuem abrigos. Os funcionários e hóspedes dos hotéis ficam debaixo do sol ou chuva enquanto esperam pelo ônibus. Uma alternativa para fugir do sol forte é ficar atrás das placas de sinalização.
Pelo menos quatro projetos estão com pedido de licenciamento em aberto na Via Costeira: Tambaqui Hotel; Costeira Shopping G5; Hotel Parque das Dunas/Novo Horizonte e Zenário Costeira. Por enquanto, o trâmite dos processos está suspenso, até que a presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresente a conclusão da análise, que o órgão faz desde o dia 18. O Ibama analisa os processos judiciais que envolvem a construção dos novos hotéis por determinação do presidente do órgão, Volney Zanardi. A posição dos órgãos, que se mostraram, pelo menos num primeiro momento, contrários à execução de novos projetos na área, também é alvo de análise.
Entre os órgãos estão a Superintendência de Patrimônio da União (SPU), a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público Estadual e Federal. Somente após a análise, o Ibama vai se posicionar sobre o impasse envolvendo a Via Costeira – caracterizada como Área de Proteção Permanente (APP), mas que recebeu uma dezena de empreendimentos turísticos nos últimos 40 anos e que, desde o início da década de 90, é alvo da especulação imobiliária.
Fonte: Tribuna do Norte