BRT como solução para o transporte público do Brasil

O sistema Bus Rapid Transit (BRT) foi ovacionado como solução sustentável, de execução rápida e baixo custo para o transporte público brasileiro, durante o seminário nacional 2012 da Associação Nacional das  Empresas de Transportes Urbanos (NTU), realizado esta semana em Brasília. Sob o tema A  Nova Mobilidade Urbana, o evento destacou do começo ao fim o BRT, modal de transporte escolhido por diversas cidades brasileiras para a Copa do Mundo de 2014.  A Região Metropolitana do Recife é um exemplo, com a perspectiva de implantação de quase 100 quilômetros de corredores de BRT (por aqui chamado de TRO – Transporte Rápido por Ônibus), com o Norte-Sul (entre a cidade de Igarassu e o Recife, com dois eixos – um pela Avenida Agamenon Magalhães e outro pela Avenida Cruz Cabugá) e o Leste-Oeste (um único eixo ligando o Centro do Recife à cidade de Camaragibe, pelas Avenidas Conde da Boa Vista e Caxangá).
Durante o seminário se destacou que o sistema BRT está presente com sucesso em 140 cidades do mundo, das quais 18 são latino-americanas. E que o Brasil, em função do Mundial de 2014, está tocando 20 projetos de BRT, incluídos num pacote de investimento que totalizam  R$ 11,5 bilhões, dos quais R$ 7,7 bilhões são financiamentos assumidos pelos Estados e municípios. “O sistema BRT opera basicamente como o metrô, com  a diferença que os custos de implantação chegam a ser 10 vezes mais baratos e o tempo de construção infinitamente menor, podendo ser de apenas 18 meses”, defendeu o presidente da NTU, Otávio Cunha. Essas características do BRT fazem com que em alguns países ele seja chamado de Metrobus, como acontece no México.
O melhor painel do evento foi o que abordou o BRT como solução global para a mobilidade urbana sustentável. Entre os palestrantes, Luiz Antônio Lindau, diretor-presidente da Embarq Brasil, entidade mundial que auxilia governos e empresas no desenvolvimento e implantação de soluções sustentáveis para os problemas de transporte e mobilidade nas cidades brasileiras. Numa apresentação objetiva, Lindau retratou a eficiência do BRT e deu rápidas orientações de como implantar um sistema.
Também alertou para a necessidade de o Brasil reagir rapidamente à perda de passageiros no transporte público, caso contrário, ela será cada vez maior, chegando a 35% até 2030. A qualidade e eficiência de um sistema BRT bem implantado podem ser atrativos para novos usuários. “Uma das maiores vantagens do BRT é a face sustentável que possui, sendo um forte candidato como eixo estruturador das cidades. Implantar um sistema de BRT não é apenas investir em transporte público de qualidade, mas integrá-lo como elemento fundamental do planejamento urbano. O BRT permite a requalificação das calçadas, a ampliação da acessibilidade e, principalmente, necessita da integração com outros modais, como as bicicletas e os ônibus convencionais”, defendeu.
No site da Embarq (www.embarq.org) e em vários outros sites da internet encontram-se manuais de orientação para implantação de sistemas de BRTs, que podem servir de guias para as cidades. “Mas é importante rssaltar que o BRT não é um sistema de ônibus comum. É um sistema de transporte, que precisa ter prioridade viária e estar integrado com outros modais. Não pode existir apenas um corredor de BRT numa cidade. E o R da sigla BRT, que significa rápido, é a mais importante de todas. Caso contrário, vira apenas BT, ou seja, bus transit (ônibus no trânsito)”, alertou Lindau.

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