Como classificamos, vivemos um momento histórico na última semana. O voto dado por todos os vereadores de Natal para a revogação do aumento na tarifa de ônibus (que passou de R$ 2,20 para R$ 2,40 no final de agosto), pode até ter sido com pretensões eleitoreiras, mas foi tida como uma vitória do povo pela cidade. De fato; algo inédito e que não foi preciso recorrer a atos graves de vandalismo dos estudantes para com o segmento de transportes (até mesmo queimar ônibus, como houve em Teresina-PI, no início do ano, quando houve o aumento da tarifa e também se conseguiu que a tarifa voltasse ao preço antigo).
Pois bem! Considero uma questão de total complexidade. Qualquer aumento de gastos para o cidadão é péssimo, mas nosso sistema está sim prestes a falir – até mesmo o recente caso da falência da Riograndense demonstra bem a gravidade da situação. Isso, porém, é o que eu considero como ‘estágio social’ da situação – social, pois está diretamente atrelada à população, principalmente pelo fato de serem os únicos financiadores do serviço de transporte. Há um estágio superior a esse, o governamental. Esse envolve diretamente as ações relacionadas aos impostos e subsídios que deveria haver. Sim, deveria! Não quero aqui fazer qualquer atribuição política, mas a atual gestão de Natal se encerra com mais de 90% de desaprovação e a ideia de que nada foi feito pela cidade. Das tantas vezes que foi à mídia tentar se explicar, a prefeita atribuiu à redução da arrecadação o motivo da ‘crise’.
Então vamos à lógica: Uma vez estando em crise, à prefeitura não poderia abrir mão dos impostos empresariais e teria, obrigatoriamente, que continuar mantendo os usuários como únicos financiadores do sistema. Porém, ainda dentro da lógica, essa questão muito me intriga. Em outras cidades como Fortaleza, por exemplo, as empresas não pagam mais um centavo de imposto. Foi praticamente tudo isento. E lá também houve queda na arrecadação. Perdoe-me os que discordam de mim, mas a lógica me mostra que falta é boa administração e, creio eu, também falta boa vontade. Agora sim, ‘na marra’, deverá haver, pelo menos, essa redução de impostos. A obrigatória boa vontade terá que ter vez e a prefeitura – que é quem sempre deveria ter feito por onde a sociedade ter – um sonhado – transporte mais barato, o tenha de fato.
E saibam; não acreditem em crise. Como diria o Lula, crise é coisa causada por ‘gente branca dos olhos azuis’. Creio eu que muito em breve teremos novidades (boas, de preferência) sobre a redução de impostos para as empresas de ônibus, a fim de suprir a defasagem da tarifa e a manutenção do sistema. Garanto-lhes: mesmo com impostos reduzidos, continuaremos vivendo, semelhante aos cearenses, pernambucanos e gente de tantos outros lugares onde as empresas de ônibus tiveram impostos reduzidos.
Mas já?
Mal foi votada pelos vereadores a proibição da dupla função dos motoristas de ônibus em Natal, e a empresa Transportes Guanabara já está adaptando sua frota com o posto do cobrador. Vi um veículo – 418, salvo engano para a numeração – modelo Svelto, oriundo de Pernambuco, que, ao chegar a Natal, teve o posto do cobrador retirado e circulava especificamente como um veículo sem cobrador. A empresa já o reformou e colocou novamente o posto do cobrador. Parabéns pela iniciativa!
Bons sonhos!
Está circulando no Facebook uma foto, no mínimo, inusitada: Trata-se de um gato dormindo no pneu de um ônibus do Circular da UFRN. Pela foto, fica claro que é o veículo pertencente à empresa Cidade das Dunas. Segundo a autora, ela acordou o bichano e o expulsou de lá, pois pela própria segurança do gato, ali não é lugar dele. É comum se ver gatos pela Universidade Federal. Há quem reclame que existem deles que chegam até a roubar o lanche de alunos e funcionários que estão saciando a fome. Esse ai, pelo visto, pode ser um gato especialista em ônibus.
Thiago Martins
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