Internacional: América do Sul tem desafio de ter transporte de qualidade

Prefeitos e vereadores de 14 cidades da América do Sul assinaram em Lima uma declaração que estabelece como prioridade a implementação de um transporte urbano de alta qualidade e de reconhecimento da mobilidade como um direito social na região.
A declaração foi assinada na Cúpula de Cidades Líderes em Mobilidade Sustentável, realizada na sede da prefeitura de Lima.
O documento estabeleceu um compromisso com a Mobilidade urbana , reconhecendo o transporte como direito social e na busca pela melhora da estruturação empresarial, potencialização do financiamento de sistemas integrados de mobilidade e melhoria da saúde urbana.
Este compromisso foi considerado pelos participantes um marco rumo à Cúpula Mundial de Mudança Climática das Nações Unidas (COP 20), que será realizada em Lima em dezembro.
A reunião foi liderada pela prefeita de Lima, Susana Villarán; o secretário-geral da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados e BRT, Luis Gutiérrez; o chefe do governo da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, e o prefeito de Curitiba, Gustavo Freut.
Estiveram presentes também os prefeitos de Bogotá, Gustavo Petro, e de Quito, Mauricio Rodas; e das cidades colombianas de Cali e Bucaramanga, da equatoriana Cuenca e da venezuelana Barquisimeto, além de vereadores do Rio de Janeiro, de São Paulo, de La Paz, Cartagena e de Santiago do Chile.
O objetivo da reunião foi unificar esforços em benefício de um transporte de qualidade para todos e estabelecer soluções para as grandes dificuldades que a cada dia enfrentam as pessoas para se mover, o que afeta gravemente a qualidade de vida e os expõe a sérios riscos de saúde.
Luis Gutiérrez assinalou que a América do Sul ainda enfrenta graves dificuldades de mobilidade em suas cidades, onde mais de 80% da população vive.
Devemos estabelecer diversos compromissos com organismos para que a mobilidade seja reconhecida cabalmente como um direito social. Esse é o propósito da Declaração de Lima, enfatizou.
A reunião começou na quinta-feira com a participação de especialistas internacionais, que explicaram a necessidade de a região ter políticas de Estado para melhorar o transporte nas cidades e torna-lo menos poluente.
O diretor de Qualidade, processos e relações externas do consórcio regional de transporte de Madri (CRTM), Carlos Cristóbal Pinto, afirmou que as decisões tomadas pelas autoridades devem ser divididas em estratégicas, a cargo dos responsáveis políticos; táticas, tomadas pelas autoridades de transporte; e operacionais, delegadas aos operadores que executam o serviço.
Pinto explicou que o financiamento aplicado em Madri para a sustentabilidade do sistema passa de 2,35 bilhões de euros, 44,2% são obtidos com a receita das tarifas, com uma média de 0,72 euro por passageiro.
O especialista brasileiro em projeto, implementação e avaliação de sistemas avançados de transporte público urbano, Paulo Custódio, ressaltou que os benefícios do transporte público ajudam a reestruturar as cidades, dinamizam o comércio, facilitam o deslocamento e o acesso às atividades sociais, tornando as cidades mais humanas.
Em 2025 calcula-se que 60% da população viverá em áreas urbanas, e as viagens cotidianas aumentarão em 50% e que se o caminho da mobilidade sustentável for seguido, em 2030 35% da população utilizaria o transporte público.

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