A falta de espaço, o tumulto facilitam o assédio sexual em ônibus e metrôs em países da América Latina, revela o jornal El País. Nesses locais, a vítima tende a se sentir receosa e deixa de confrontar seus ‘agressores’.
O El País cita uma pesquisa que foi feita no Brasil pela ONG Action Aid. Ela aponta que, nos locais onde ocorreram as entrevistas – 4 estados brasileiros -, 44% das entrevistadas relataram sofrer com o assédio sexual.
Além do Brasil, a matéria cita também a Colômbia e o México. Somente em Bogotá, capital colombiana, 129 homens foram presos neste ano por abuso sexual. Já no México, apenas uma “pequena fração de ocorrências é registrada”, informa Shomik Mehndiratta, especialista em transportes do Banco Mundial.
Tentativas de acabar com o assédio: Na tentativa de encontrar uma saída para o caso, enquanto a cultura não é mudada, alguns países buscam alternativas. No México, existem vagões no metrô que são específico para mulheres. Até mesmo nos lugares onde ocorrem a espera do transporte, elas tem um espaço exclusivo reservado.
No Brasil, a busca por uma saída se concentra na criminalização do assédio. A Câmara dos Deputados está analisando o projeto. Se aprovado, o acusado pode ter penas que vão de multa a prisão.
Na capital colombiana, policiais femininas são encarregadas de prevenir essa ação. Elas ficam disfarçadas observando se pode acontecer algum episódio de assédio.
De acordo com dados de pesquisas do Banco Mundial, que está empenhado em encontrar soluções para o combate ao assédio, esses atos acontecem porque existe uma cultura de que não compensa denunciar – além das complicações, os suspeitos continuam impunes.
A pesquisa aponta também a falta de solidariedade como um fator que contribui para que as vítimas deixem de procurar as autoridades. Ainda de acordo com os dados, segregar – separar as mulheres em locais exclusivos – não é a saída mais viável.
O Banco Mundial compara também a questão da qualidade dos locais e veículos com a segurança. Segundo a instituição, os usuários sentem-se mais seguros quando o local tem boa infraestrutura.
Soluções: O Banco Mundial aponta como soluções o uso de aplicativos específicos para denuncias de assédios, melhora na qualidade do serviço e campanhas que incentivem culturalmente as pessoas a se unirem contra esse tipo de ação.
Fonte: Diário da Manhã (GO)