A manhã desta terça-feira (7) é de dificuldade para quem está acostumado a pegar o metrô no Grande Recife. Muitos não sabem que ônibus podem pegar para chegar ao trabalho em substituição aos trens, que têm seu primeiro dia de greve. Os metroviários não pedem aumento de salário, mas melhores condições de segurança para trabalhar. A suspensão do serviço deve prejudicar cerca de 400 mil passageiros por dia.
O movimento nos Terminais de Integração Central e Joana Bezerra estava tranquilo, muito diferente da normal agitação. A explicação, para muitos, é o tempo maior que se leva de ônibus. “Eu largo do trabalho às 6h e chego em casa umas 7h com o metrô. Hoje, são 8h15 e ainda estou esperando, vou chegar lá pras 9h30”, reclama o vigilante Gilmar Veloso, que mora em Areias, próximo à estação.
A vendedora Márcia Silva costuma pagar apenas uma passagem de ônibus e, com a paralisação, se viu obrigada a desembolsar uma segunda passagem para ir do Jardim Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, até Jardim Brasil, em Olinda. “É um absurdo a gente ser prejudicado desse jeito. E está muito trânsito hoje”, aponta a vendedora.
O balconista Henrique Souza sequer sabia da paralisação, descobriu quando chegou à estação Joana Bezerra, vindo do Terminal Integrado do Xambá. “Trabalho em Cajueiro Seco. Já chego atrasado às vezes, hoje vai ser muito. Vim dormindo de Olinda pra cá, muito trânsito. Não fazia ideia de que estava com greve”, conta. O G1 passou pela PE-15 e Avenida Cruz Cabugá logo pela manhã e constatou o trânsito mais intenso.
Outras pessoas não sabiam como fazer para chegar ao destino sem usar o metrô. A aposentada Maria José da Silva mora em Casa Amarela e, uma vez por mês, vai a Jaboatão dos Guararapes de metrô, embarcando na Joana Bezerra. “Não sei se tem ônibus para lá. Para vir até aqui, foi uma lotação ‘medonha’, não dava para se mexer direito”, conta a aposentada.
O jardineiro José Farias e a mulher, a dona de casa Sueli Farias, costumam pegar o trem para seguir até o Terminal Rodoviário Integrado de Passageiros (TIP) quando viajam para Caruaru. Com passagem comprada para as 9h30, eles tentavam por volta das 8h encontrar uma solução na Estação Central. “Tem que tentar uma transporte alternativo, alguma coisa”, afirma o jardineiro. Apesar das dificuldades, o casal apoia a paralisação. “Precisa de mais segurança mesmo, eles estão certos”, concorda Sueli.
Terminal Integrado Aeroporto: Morando em Jaboatão dos Guararapes, a empregada Romilda Queiroz está acostumada a pegar o metrô por volta das 6h20 e chegar ao trabalho às 7h30. Com a greve, somente às 9h20 conseguiu chegar a Boa Viagem. “É um absurdo uma coisa dessas, você fica preso no trânsito, não avisam direito o que está acontecendo”, reclama.
O representante de vendas Higino Neto mora no Jordão, Zona Sul do Recife, e costuma pegar o metrô na Estação Aeroporto. Pego de surpresa pela paralisação, preferiu pagar o segundo ônibus do que pegar um da integração. “Esses aqui vão pela [Avenida] Mascarenhas de Morais e o trânsito está impossível hoje”, explica.
A pedagoga Betânia Nascimento costuma ir até a Estação Joana Bezerra para chegar ao trabalho, mas sem o metrô, a espera é maior. “São quatro ônibus que vou pegar hoje e demora mais. Muito engarrafamento aqui hoje”, reclama a pedagoga, que concorda com a reclamação de falta de segurança. “Eu entendo que os ambulantes dentro do metrô estão tentando ganhar o dinheiro deles, mas fica uma bagunça. Eu saio da faculdade às 22h e pego o metrô. É perigoso mesmo”, relata.
Foto e informações: G1