VLT inicia viagens nas linhas férreas de Natal

“O trem é barulhento, quente, tem cadeiras quebradas, algumas portas não fecham, atrasa muito e às vezes quebra. Já fiquei na estrada à noite e tive que pegar dois ônibus”, disse o comerciante Sandro Azevedo, descrevendo o que era para ele o retrato do transporte ferroviário da região metropolitana de Natal.
Para alguns foi surpresa chegar à estação de trem nessa terça-feira (2) e encontrar o moderno Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pronto para a primeira viagem em Natal. O preço da passagem continua R$ 0,50. A pontualidade chamou atenção com saída às 8h16 para Parnamirim.
Duas locomotivas passam a dividir as 24 viagens diárias entre Natal, Parnamirim e Ceará-Mirim com duas composições do VLT. Em até 15 dias, serão três, das 12 que o Estado receberá. A expectativa é de que em 2016 o sistema possa ser utilizado integralmente.
A imagem mudou. A enfermeira Eva Maria das Neves parabeniza o Rio Grande do Norte e delineia: “agora temos conforto, agilidade, comodidade, ar condicionado e tranquilidade, além de visibilidade da estrada”, diz.
A velocidade continua próxima ao do trem, cerca de 30 Km por hora, já que as linhas ainda operam junto com as locomotivas e os horários precisam permanecer os mesmos. Quando somente VLTs estiverem em circulação, a velocidade deve subir para 80 Km por hora. Por enquanto, o número de passageiros que suporta também continua próxima ao dos trens, com capacidade para 130 sentados e 445 em pé.
A operação branca, como está chamando a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), tem como objetivo inserir as novas máquinas gradualmente, de início em horários intermediários e com menor fluxo de passageiros. De acordo com a coordenadora do projeto VLT Natal, Dulce Albuquerque, será feito um estudo para identificar os horários em que a demanda é maior. “Cada composição conta com três carros, mas podemos acoplar mais em uma única viagem”, explicou.
A adequação também depende da modernização e ampliação da malha ferroviária. O projeto já foi licitado e deve ser entregue no início do segundo semestre de 2015, com custo estimado de R$ 311 milhões. Junto com a aquisição das máquinas o valor total chega próximo a R$ 500 milhões e foi assegurado pelo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade e Equipamentos do governo Federal.
O percurso será automatizado, com GPS, acionamento de cancelas, 30 novas estações que terão projeto paisagístico e acessibilidade, linha duplicada e a retirada de interferências do tráfego rodoviário. Isso significa construção de túneis  e viadutos.
Dulce Albuquerque disse ainda que o projeto irá contemplar outros municípios em nova fase. Nísia Floresta, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu deverão ser beneficiados, além da capital potiguar, que ganhará duas linhas interbairros.
Fonte e foto: Tribuna do Norte

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