A busca constante por energias renováveis, de maior eficiência térmica e menos agressivas ao meio ambiente tem sido motivo de milhares de horas de trabalho, discussões e projetos mundo afora desde os anos 70, quando ocorreu a primeira grande crise do petróleo e fez disparar os preços da principal matriz energética daqueles tempos e também a mais utilizada ainda hoje. A poluição, com o aumento gradativo da frota circulante nas grandes cidades ensejou a adoção de políticas que visam restringir cada vez mais à circulação de veículos automotores movidos a combustão, devido ao impacto causado, a sua taxa de contribuição ao aumento do efeito estufa e toda a cadeia de fatores advindos disso.
Não é de hoje o uso dos veículos com motorização elétrica no Brasil, pois é uma das principais soluções sustentáveis para a locomoção de pessoas e o transporte público de grande contingente de membros da sociedade ocupando a menor área possível nas ruas e estradas. Tivemos em décadas passadas a utilização de bondes e ônibus elétricos, automóveis e utilitários movidos a essa energia, renovável, a menos poluente e a de maior taxa de eficiência térmica entre as disponíveis. O rendimento de um motor elétrico torna um motor a combustão, diesel, gasolina ou etanol, um museu da pré-história, eis que o rendimento do primeiro chega a 98, 99%, somente 1 a 1,5% de perda, enquanto os motores a combustão mal chegam a taxas de 44 a 47%, o resto são perdas.
A WEG, empresa de porte internacional, multinacional com fábricas em vários países e que exporta para os cinco continentes, cuja matriz e primeira planta industrial fica na cidade de Jaraguá do Sul, cidade onde o redator da fanpage Mobilidade em Foco reside há muitos anos, no Estado de Santa Catarina, participou ativamente no desenvolvimento do primeiro ônibus elétrico 100% nacional, batizado como “HíbridoBR”, lançado recentemente pela Eletra Industrial. A WEG foi a empresa responsável em fornecer o “powertrain” do novo ônibus, desenvolvido especificamente para circular nas cidades brasileiras.
A eficiência dos motores elétricos, somados ao armazenamento da energia gerada em modernas baterias, aliado ao sistema de frenagem regenerativo e a tecnologia de tração, permitem que o HíbridoBR reduza a emissão de poluentes em até 90% e o consumo de combustível em cerca de 20%, se comparado a um ônibus com motorização diesel, mesmo sendo Euro 5. Como se vê, mesmo as mais modernas tecnologias empregadas em motores do ciclo diesel não o capacitam para um embate com motores elétricos. A presença do Grupo WEG neste importante setor não é fato novo, a empresa tem tradição e estrada percorrida, além de ser forte parceira comercial da empresa Eletra Industrial.
A WEG já fornece motores elétricos e inversores de freqüência para os trólebus fabricados pela Eletra. A empresa tem mais de 300 trólebus circulando em São Paulo, na Argentina e na Nova Zelândia. O apoio, suporte de tecnologia dado pela WEG, segundo diretores da Eletra Industrial, foi fundamental no desenvolvimento do ônibus HíbridoBR. “A qualidade, a confiabilidade e a evolução dos itens a nós fornecidos é que permitiram o avanço tecnológico dos ônibus elétricos brasileiros para competir em condições de igualdade técnica com qualquer outro modelo internacional. Estamos trabalhando arduamente para nos aprimorar ainda mais, com o apoio técnico e comercial da WEG”, destaca o administrador de contratos, José Antônio do Nascimento.
Com os constantes aumentos do preço dos combustíveis, principalmente o óleo diesel, cujo impacto na cadeia produtiva é imenso, espera-se a adoção de políticas públicas que facilitem a comercialização em escala economicamente viável e ascendente dos ônibus híbridos. São infinitamente menos poluentes, mais silenciosos e mais confortáveis para os usuários devido ao controle eletrônico da aceleração, fator que evita tranco no momento da largada e retomada de velocidade do coletivo. O HíbridoBR já nasceu com “pedigree”, não é uma mula de testes de alguma carroceria ou chassi futuros. Empresas de renome no cenário nacional participaram do projeto.
A WEG foi a responsável pela parte elétrica de propulsão do “powertrain, a Caio Induscar forneceu a carroceria e a Mercedes-Benz entrou com o chassi, suspensão, caixa, sistema de direção, painel e o motor diesel, já que o novo ônibus é híbrido. A montagem final coube a Eletra Industrial, empresa com mais de 30 anos de mercado e que fabrica veículos elétricos nas versões trólebus (rede aérea); híbrido (grupo motor/gerador mais baterias); e totalmente elétrico, com energia elétrica armazenada em baterias.
Quanto ao powertrain, da parte que coube a WEG fornecer, faz parte do conjunto um gerador modelo GTA de 70 Kva (Kilovolts/ampére), inversor de freqüência modelo CFW11T de 600A (ampéres), motor de corrente alternada (AC), carcaça tamanho 250, refrigerado a água e com potência variável de 165 a 330 Kw (Kilowats). Além dos itens já mencionados, a WEG também forneceu motores e inversores auxiliares para a bomba d’água, bomba hidráulica e compressor de ar do HíbridoBR.
Fonte e foto: Mobilidade em Foco