A organização Proteste de direitos do consumidor realizou uma pesquisa sobre transporte público com associados de oito grandes cidades do país – Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo – e o resultado foram baixas avaliações por conta do caos urbano enfrentado pela maioria dessas metrópoles.
Dois terços dos brasileiros que trabalham utilizam o serviço de transporte público de suas cidades, principalmente os ônibus. E a precariedade dos ônibus, metrôs e trens fazem com que muitos optem pela condução própria, agravando ainda mais os longos engarrafamentos.
O estudo mostra que o típico brasileiro passa mais de uma hora por dia – uma média de 80 minutos – a caminho e voltando do trabalho no transporte público, critério em que Rio de Janeiro (93 minutos) e Recife (90) se destacam negativamente. Os gaúchos de Porto Alegre são os que menos sofrem, ficando cerca de 56 minutos nos coletivos.
As cidades do Sul, aliás, especialmente Curitiba, recebem notas melhores, já que também há muita insatisfação por parte dos usuários desses locais com o nível dos serviços prestados.
Embora o nível de satisfação geral seja extremamente baixo, Curitiba é a mais bem avaliada em aspectos gerais, como extensão da rede, custos de estacionamento e competência dos funcionários, além de transporte de superfície, em que é conhecida como pioneira no país.
No outro espectro está Salvador, campeã da insatisfação entre os usuários. No que diz respeito à análise do transporte subterrâneo, ou seja, o metrô, São Paulo, com a mais extensa malha do país, foi eleita a melhor.
De acordo com os resultados obtidos em nossa pesquisa, a cidade que tem o melhor transporte suburbano (em outras palavras, rede de trens de superfície) é Porto Alegre. Ela foi a única razoavelmente avaliada pelos respondentes, enquanto as outras receberam notas muito baixas.
Sejam moradores do Sul, do Sudeste ou do Nordeste, todos concordam que a pontualidade precisa ser melhorada, e com urgência. Além disso, nossos entrevistados esperam que metrô e ônibus sejam os meios de transporte mais agraciados com novos investimentos por parte das empresas de transporte público.
Para agravar o cenário e continuar girando o que parece ser um interminável círculo vicioso da precariedade do transporte público brasileiro, levando mais carros às ruas despreparadas para recebê-los em tamanha quantidade, as respostas a essas queixas foram, quase que em sua totalidade, insatisfatórias.
Fonte: Portal Mobilize