O lucro líquido da Marcopolo fechou o primeiro trimestre em R$ 3,2 milhões, cifra 63,6% abaixo da verificada em igual período do ano passado, quando a empresa havia registrado ganhos de R$ 8,8milhões, informa em comunicado. O resultado foi influenciado por perdas no resultado bruto, com a conclusão da compra da Neobus, pelo mix de produtos mais leves destinados ao mercado brasileiro e ainda pelas provisões com rescisões de contratos, decorrentes de demissões a partir de reestruturação promovida pela empresa.
O lucro bruto atingiu os R$ 61 milhões nos três primeiros meses do ano, com margem de 11%, contra os R$ 56,2 milhões e margem de 13% de um ano antes. A margem foi pressionada pela redução de dias de faturamento, decorrente de férias coletivas concedidas entre janeiro e março, bem como pela flutuação do câmbio no período, com valorização do real frente ao dólar, afetando as margens na exportação.
Contudo, a fabricante de carrocerias de ônibus apurou crescimento de 29,5% no faturamento líquido do primeiro trimestre, passando de R$ 428,3 milhões para R$ 554,6 milhões em um ano. O resultado é reflexo do crescimento de 75,9% das exportações e de 107,9% das operações internacionais, que representaram 73% da receita total da empresa no período. A receita líquida também foi positivamente impactada em R$ 84,9 milhões pela conclusão da compra da Neobus.
O diretor de relações com investidores e de controladoria e finanças da empresa, José Antonio Valiati, lembra que o desempenho da Neobus passou a ser incluído no balanço da Marcopolo no segundo semestre de 2016, a partir de agosto. “Mesmo assim, sem a consolidação, a receita líquida da Marcopolo foi 9,7% superior em relação ao primeiro trimestre de 2016“.
A produção nos primeiros três meses fechou em 2.010 unidades, das quais 1.394 unidades fabricadas no Brasil, alta de 29,4% no comparativo anual; e 616 unidades produzidas no exterior, também aumento de 113,9%. “Apesar de ter dado sinais de início de retomada, o mercado brasileiro de ônibus apresentou, no trimestre, volumes ainda abaixo dos níveis históricos e normais de produção, o que impediu um melhor desempenho. A produção total brasileira foi 33,5% inferior à do trimestre de 2016, com 1.366 unidades contra as 2.055 unidades produzidas no mesmo período do ano passado”, reforça o executivo.
A participação de mercado da Marcopolo alcançou 46,8% no período sobre 32,2% do ano passado. No segmento rodoviário, houve aumento de 16 pontos porcentuais chegando a 68,2% de participação neste mercado, bem como o aumento de 35,9 pontos porcentuais no mercado de micros, totalizando 52%, devido à consolidação dos volumes fabricados pela Neobus.
Segundo a empresa, o mercado brasileiro de ônibus começa a mostrar sinais de recuperação. As perspectivas de demanda, tanto no mercado interno como no externo, indicam retomada nas vendas, especialmente no segmento de rodoviários. A regulamentação de acessibilidade, que passa a vigorar a partir de julho deste ano, e a obrigatoriedade de redução da idade média da frota nas linhas interestaduais e internacionais pode trazer benefícios ao segmento.
No de urbanos, a queda no primeiro trimestre demonstra que a demanda segue pressionada, especialmente devido às incertezas relacionadas aos reajustes das tarifas e indefinições acerca de processos de licitação para a renovação de concessões das linhas municipais. No mercado externo, a demanda continua forte e as exportações permanecem aquecidas em todos os segmentos. As unidades fora do Brasil confirmam a expectativa de crescimento, com destaque para a controlada Polomex, localizada no México.