O primeiro modelo de ônibus 100% elétrico com chassi BYD, montado em Campinas, interior de São Paulo, e com carroceria nacional Caio, feita em Botucatu, também no interior, foi apresentado pelo prefeito João Doria, em 14 de julho, e a promessa do chefe do executivo paulistano era de que a circulação com passageiros começasse no dia 31 de julho.
Mas é a cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, que vai testar antes o veículo numa linha.
A prefeitura do município Sul Fluminense, conhecido como Cidade do Aço, anunciou que a partir desta segunda-feira, 09 de outubro de 2017, um ônibus elétrico da marca chinesa passará a circular em testes que vão durar 30 dias numa experiência chamada “Tarifa Comercial Zero”.
Trata-se de uma linha que vai circular pela região central na qual os passageiros não vão pagar tarifa. O circuito terá pontos de embarque e desembarque na avenida Paulo de Frontin (em frente à prefeitura); Vila Santa Cecilia (atras do Escritorio Central); Avenida Gustavo Lira (Centro); Rua Eduardo Junqueira (Centro); Avenida Lucas Evangelista, no Aterrado (em frente do Sesi); e no cruzamento da Avenida Savio Gama com Rua Campos (Retiro).
O veículo, BYD – D 9 A Padron/Caio Millennium, é do mesmo modelo anunciado por Doria e pelo secretário municipal de mobilidade transportes, Sérgio Avelleda.
Tanto é que o ônibus que vai ser testado em Volta Redonda tem carroceria que segue o padrão da SPTrans- São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema da capital paulista.
Entretanto, em São Paulo, um ônibus 100% elétrico com carroceria nacional, mesmo diante das discussões sobre Lei de Mudanças Climáticas e uma frota de coletivos menos poluentes, ainda só está na promessa.
O modelo está em fase final de homologação para transportar passageiros de forma comercial. Em Volta Redonda, o projeto é chamado Tarifa Comercial Zero.
Na capital paulista, apesar de uma maneira geral os empresários de ônibus ainda terem dúvidas sobre a tecnologia, o principal entrave para uma frota de coletivos elétricos é financeira.
No mesmo dia que mostrou o modelo elétrico, Doria prometeu que a operadora Ambiental Transportes compraria 60 ônibus deste tipo para fazer a ligação entre parte da Zona Leste e o centro da cidade. Na garagem, deveria haver uma estação que captaria energia solar e transformaria em elétrica para carregar as baterias dos ônibus.
Mas nada disso ainda aconteceu. Passados três meses do anúncio de João Doria, a compra não foi concretizada.
A dúvida é em relação à remuneração sobre o veículo novo e um acerto sobre o valor de depreciação dos trólebus adquiridos pela Ambiental ainda na gestão de Gilberto Kassab, entre 2011 e 2012.
O ônibus elétrico é em torno de duas vezes mais caro que um a diesel do mesmo padrão, assim, a remuneração ao empresário deve ser maior também pelos serviços. Já sobre os trólebus, a gestão Kassab estipulou um índice de remuneração de depreciação, que foi reduzido. Assim, de acordo com fontes ouvidas pelo Diário do Transporte ligadas à negociação, a Ambiental só dará aval para a compra dos elétricos anunciados por Doria depois deste ajuste, por alegar que só pode fazer novos altos investimentos com a depreciação dos trólebus acertada.
De forma oficial, a SPTrans confirma que a compra dos 60 ônibus elétricos não ocorreu e diz que as negociações continuam. Da última vez que foi questionada pela reportagem do Diário do Transporte, a gerenciadora não informou nenhuma previsão para a unidade apresentada pelo prefeito começar a transportar passageiros.
Doria prometeu um VLP – Veículo Leve sobre Pneus 100% elétrico, que reúne conceitos de ônibus e bonde moderno, para circular na região central da cidade até 2020, com cobrança de tarifa por celular e sem cobradores.
Diário do Transporte