Foto: Divulgação |
Os avanços no setor de carros elétricos coincidem com caminhos também promissores trilhados pelas bicicletas nas cidades chinesas. As duas principais empresas de aluguel de bikes protagonizam histórias de vertiginosa ascensão. Com dois anos da fundação, a Mobike aluga só em Xangai, segunda maior cidade do país, em média 25 milhões de bicicletas por mês, com perspectivas de ascensão. Em janeiro, foram 100 mil por dia na cidade de 24 milhões de habitantes. Um mês depois, o número subiu para 215 mil.
A empresa atende 20 cidades, quase todas elas na Ásia e na Europa. Nos Estados Unidos, apenas em Washington, e não há atuação na América do Sul. Os planos, segundo Hu Wei, fundadora da Mobike, são de difundir a ideia de uma alternativa de transporte. “Se nós quisermos pensar em lucros, podemos fazer isso agora. Mas esta não é nossa proposta para o momento. Nós queremos expandir o mercado”, declarou, em junho, em uma entrevista no Fórum Econômico Mundial, realizado em Dalian, na China.
Criada em 2014, a Ofo tem mais de 1 milhão de bicicletas espalhadas pela capital chinesa. “A nossa meta é que não haja cantos desconhecidos no mundo. Nós somos a primeira empresa de plataforma compartilhada de bicicletas livres em estações”, afirma a vice-presidente sênior da empresa, Nicole Nana. No ano passado, a empresa expandiu o mercado para o exterior e implantou bicicletas nos Estados Unidos, no Reino Unido e em Cingapura.
Ao todo, a Ofo tem 10 milhões de bicicletas em 180 cidades de 16 países, incluindo Austrália, Áustria, Cazaquistão, China, Cingapura, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália, Japão, Malásia, Inglaterra e Rússia. O volume de bicicletas utilizadas por dia chega a 25 milhões. Em cada 10 presentes nas ruas de Pequim, sete pertencem à empresa.
Investidores
Ambas as trajetórias têm chamado a atenção de investidores. O gigante Tencent, o maior e mais utilizado portal de serviços de internet da China, aportou recentemente US$ 600 milhões para financiar as atividades da Mobike. Em julho passado, a Ofo recebeu fundos de US$ 700 milhões do Grupo Alibaba e atraiu vários investidores chineses.
As iniciativas também têm em comum a postura empreendedora de seus criadores. A Mobike surgiu pela insatisfação de Hu Wei, à época jornalista de mobilidade que escrevia também sobre novas tecnologias no setor automobilístico. “Ela resolveu redefinir o conceito de compartilhamentos de bicicletas e tornar o veículo como o meio de transporte primário nas ruas chinesas”, diz o slide de apresentação da empresa.
Em 2014, David Dai e quatro colegas da Universidade de Pequim conseguiram convencer 2 mil estudantes a incluírem as bicicletas em uma espécie de registro privado, o qual poderia ser acessado por um aplicativo no celular. Surgiu, então, a Ofo.
* Os repórteres viajaram a convite da Embaixada da China