O governo de Berlim, capital da Alemanha, lançou no dia 27 de fevereiro de 2019 um ousado plano de investimentos no transporte público. O transporte da maior cidade do país deverá receber 28,1 bilhões de euros (cerca de 120 bilhões de reais) para reformar e ampliar a infraestrutura atual do setor.
Foto: Luiz Contreira/Visual hunt – Ilustração/UNIBUS RN |
A injeção de recursos, prevista pelo Senado de Berlim para os próximos 15 anos – cerca de 2 bilhões de euros por ano –, objetiva tornar o serviço público mais limpo, atraente, confortável e confiável.
Os recursos serão usados na construção de novas linhas, na compra de novos ônibus e trens e na melhoria da infraestrutura existente.
Como contrapartida ao pesado investimento, no entanto, as receitas terão de ser aumentadas em 3 bilhões de euros até 2035, o que significa que as tarifas estão prestes a serem majoradas.
A Companhia de Transporte de Berlim (BVG) prevê que a receita precisa ser acrescida a uma média anual de 3,4%. A estimativa é que os 3 bilhões de euros sejam obtidos como decorrência de um aumento de 1,4% nos preços das tarifas somado a um incremento de 1,8% no número de passageiros.
O Metrô de Berlim (U-Bahn) terá um aumento substancial. Além da extensão da U5 (uma das nove linhas do metrô), que será inaugurada em 2020, foram previstas extensões para as linhas U7 (oeste), U8 e duas extensões para o novo Aeroporto de Berlim a partir de Rudow (linha U7) e da linha U6 para o Aeroporto Tegel.
Os bondes foram colocados como foco principal da expansão, devido ao custo comparativamente menor de se construir e estender suas linhas em comparação com as linhas de trem.
No total, 16 novos projetos de construção de novas linhas de bondes já foram planejados.
O plano também inclui a prometida eliminação progressiva dos ônibus que utilizam combustíveis fósseis em favor dos ônibus elétricos.
Numa entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, a secretária estadual de transporte Regine Günther afirmou, ao lançar o plano, que seu objetivo é que mais berlinenses possam dizer que não precisam de carro. “Quanto menos carros nas ruas, mais lugar para aqueles que realmente necessitam do carro“, afirmou.
Diário do Transporte