Implantado em outubro do ano passado, o serviço de autoatendimento nos coletivos de Fortaleza vem causando transtornos e reclamações por parte de alguns usuários. Pessoas que dependem do ônibus após as 22h e só podem pagar suas passagens com dinheiro se sentem prejudicadas com o formato.
A atendente Alberlene Mendes, que sai do trabalho às 21h, relata que já chegou a esperar duas horas por um ônibus que aceitasse pagamento em dinheiro para voltar para casa. Para ela, a insegurança é o pior de tudo. “Ficava sozinha em uma parada com medo de ser assaltada ou fazerem até coisas piores. Acho essa medida muito desnecessária”, diz. Ela conta que já teve dias que chegou em sua residência 1h da manhã.
Para a estudante de jornalismo Vitória Yngrid, o atraso acaba lhe prejudicando mais. Moradora de Caucaia, a distância de sua casa até a universidade onde estuda é grande. “Estudo na Washington Soares e a aula termina tarde. Quando eu vou para a parada e vem um ônibus que é autoatendimento, eu tenho que ficar lá se eu não tiver crédito na carteirinha. Até chegar em casa demora bastante, depois de meia noite. É uma situação que se torna perigosa para o usuário”, reclama. Ela diz que já esperou de 20 a 30 minutos para passar um coletivo que aceitasse dinheiro.
Sem ter o hábito de recarregar a carteirinha de estudante, a estagiária comercial Jéssica Santos diz que a situação fica mais crítica na volta da faculdade, pois acaba perdendo o transporte devido ser bilhete eletrônico e, consequentemente, atrasa o seu retorno para casa. Ela costuma pegar o ônibus que faz a linha Parangaba/Papicu/Aeroporto.
Em nota enviada, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informa “que a implantação de crédito eletrônico está sendo realizada de forma experimental e gradativa, visando a segurança do usuário, a rapidez no embarque e melhoria da qualidade do transporte coletivo. Com isso, as linhas de ônibus contam com veículos que recebem dinheiro ou crédito eletrônico, operando em horários alternados em todos os turnos”.
O Povo