Protesto ‘verde’ adia obra do metrô em SP

Do O Estado de SP
Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Um movimento de moradores da zona leste de São Paulo fez a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) adiar a retirada de pelo menos 350 árvores em uma área do Jardim Têxtil, na Vila Formosa. No local a empresa planeja instalar um canteiro de obras para o Lote 1 da Linha 2-Verde (Vila Prudente-Via Dutra).

Na segunda-feira, uma carta do Metrô e do Consórcio Linha 2 Verde (CML 2) foi entregue aos moradores daquela área, informando que, dois dias depois, seria realizada a “supressão de árvores nativas isoladas e intervenção em área de preservação permanente (APP)” na Praça Mauro Broco. O texto informava a retirada de “118 árvores de espécies nativas e 232 árvores de espécies exóticas em frente à obra do Complexo Rapadura”, além de cinco árvores mortas. No total seriam 355 unidades.

O consórcio disse ter uma Autorização de Supressão de Vegetação emitida pela agência ambiental (Cetesb). A retirada das árvores teria começado na quarta-feira, 19, e iria até 1º de setembro. Os moradores, no entanto, marcaram um protesto para as 7 horas de quarta, hora do início dos trabalhos.

Diante das queixas e da mobilização, o Metrô decidiu suspender o início do corte das árvores e avisou que vai rever o projeto. “As medidas de manejo e compensação arbóreas só serão definidas e executadas após reuniões com as comunidades locais, para a prestação de todos os esclarecimentos”, avisou, argumentando ainda que “cumpre com todos os requisitos ambientais” nas obras realizadas. A ideia é que o projeto seja apresentado formalmente aos moradores antes da retirada das árvores.

Seis anos

A empresa, no entanto, não deu nenhuma informação a respeito de prazos para ter uma nova fórmula para a derrubada. As obras vão durar cerca de seis anos e, segundo os termos do consórcio com a Cetesb, ao final a área verde será reposta.

Uma reunião virtual da comunidade com representantes do Metrô foi marcada para esta quinta, às 9h30. Enquanto isso, vereadores da área dizem já ter encaminhado ao Ministério Público de Urbanismo e Meio Ambiente pedidos de informações sobre o processo de licenciamento ambiental emitido pela Cetesb para a retirada das árvores do local.

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