ANTP mostra preocupação com atraso na votação do auxílio emergencial para o transporte público coletivo

Da ANTP
Foto: Edvan Júnior/Ilustração

A Câmara dos Deputados adiou mais uma vez nesta terça-feira, 18 de agosto de 2020, o projeto de lei que cria um socorro financeiro ao setor de transporte público coletivo dopaís. A ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos teme pelos seguidos atrasos na votação do socorro financeiro ao setor de transporte coletivo.

A entidade, que participou do esforço de costura de uma proposta abrangente junto ao Ministério da Economia, reunindo várias associações de operadoras e fabricantes da cadeia de transporte, vem alertando desde o início que a pandemia COVID-19 é umas das maiores causas, mas não a única, da gravidade dos problemas em que mergulhou o transporte público coletivo. “O que é incontestável é o grau de letalidade da situação atual, que não pode ser relevado, tão pouco ignorado”, afirma Ailton Brasiliense, presidente da Associação.

“Ao contrário de outras crises, a atual é definitiva: coloca não só as bases desse sistema em xeque, como desfia um conjunto de constatações e incertezas, que exigem de todo o setor e, mais ainda da própria sociedade, um forte posicionamento de enfrentamento”, ele completa.

Para a ANTP, tudo pode ser resumido numa única questão, que precisa ser respondida com clareza e celeridade: a cidade precisa de sistemas de transporte público coletivo?

“As cidades brasileiras, na sua maioria, contam com sistemas estruturados de transportes coletivos por ônibus, sistemas sobre trilhos e barcas, com serviços organizados em mais de 2.900 municípios brasileiros, que atendem a 70 milhões passageiros por dia”, Ailton explica.

A prestação dos serviços por ônibus, segundo dados da ANTP, é realizada por empresas privadas, estruturadas e com experiência reconhecida na prestação desses serviços. “No Brasil, cerca de 1.800 empresas operam diariamente 107 mil ônibus, percorrendo 191,4 milhões de quilômetros por mês. O setor gera mais de 400 mil empregos diretos (motoristas, cobradores, pessoal de manutenção e demais profissionais)”, detalha o presidente.

O transporte sobre trilhos – metrôs e ferrovias metropolitanas – é administrado por Estados, pelo Governo Federal e também pela iniciativa privada, por meio de contratos de concessão, que congregam 15 operadoras, num total de 1.105 km de linhas, transportando diariamente 10,9 milhões de passageiros. Considerados todos os modos, o transporte público coletivo responde por 50% das viagens motorizadas realizadas diariamente no país.

“O tamanho da importância do Transporte Público Coletivo é inegável, o que não se pode negar é a urgência para que ele seja protegido. Em sua ausência, teremos o caos, e a economia será a maior afetada justamente num momento fundamental de retomada”, finaliza Ailton.

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