Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Eletra Bus)
O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o BRT Metropolitano de Belém (PA), operado pela empresa BRT Amazônia e equipado com ônibus elétricos da Eletra Industrial, é um modelo que deve ser replicado em todo o Brasil. O sistema, gerido pelo Governo do Pará, foi destacado como exemplo de mobilidade e justiça social durante a COP30, em Belém.
A declaração foi dada ao portal “Diário do Transporte” na noite de sexta-feira (14), após o encerramento do ciclo de palestras do Ministério das Cidades na COP30, dentro do espaço “Estação do Desenvolvimento”, promovido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), na área de livre acesso da Green Zone.
O ministro destacou que o transporte público metropolitano precisa ser cada vez mais inclusivo e acessível, com tarifas modestas e qualidade elevada. “Com pouco mais de quatro reais, as pessoas chegam de Castanhal até Belém em ônibus com ar-condicionado e wi-fi. Isso é justiça social. Precisamos multiplicar iniciativas como essa no Brasil”, afirmou Jader Filho.
O BRT Metropolitano de Belém começou a operar oficialmente em 1º de novembro de 2025, com 11 quilômetros de extensão na BR-316, conectando sete cidades: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Isabel, Santa Bárbara do Pará e Castanhal. A expectativa é de atendimento mensal a 3,8 milhões de passageiros.
O sistema conta com 265 ônibus novos, sendo 225 movidos a diesel Euro 6, que emitem 75% menos poluentes, e 40 elétricos de fabricação 100% nacional pela Eletra Industrial. Os veículos foram adquiridos por meio do programa Pró-Transporte, com investimento total de R$ 389 milhões, sendo 95% financiado pelo Governo Federal e 5% pelo Estado.
Além de integrar as cidades da região metropolitana, o BRT transformou a mobilidade local. A antiga frota de ônibus desconfortáveis e o transporte precário em vans deram lugar a veículos modernos, climatizados e monitorados em tempo real. A nova bilhetagem eletrônica “PRÁ JÁ” permite o pagamento via aplicativo e garante integração gratuita entre linhas, reduzindo deslocamentos que antes custavam até R$ 30 para R$ 4,60.
Segundo o diretor-geral da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Pará (Arcon), Eduardo de Castro Ribeiro, o BRT Metropolitano é um legado direto da COP30. “A partir da confirmação do evento em Belém, o Governo do Estado assumiu a compra dos veículos, incluindo os elétricos, por determinação do governador. Hoje, esses ônibus estão em operação e representam um marco sustentável para o transporte metropolitano”, disse.
A diretora-presidente da Eletra Industrial e CEO da BRT Amazônia, Milena Braga Romano, destacou que o sistema representa um avanço na inclusão social e na sustentabilidade. “O transporte metropolitano cumpre uma função essencial: garantir acesso a serviços e oportunidades. O BRT Metropolitano é resultado da soma de tecnologia nacional e compromisso social. A Eletra nasceu de um grupo com 115 anos de experiência e é hoje a principal fornecedora de ônibus elétricos do país”, afirmou.
Milena ressaltou ainda três pilares que sustentam a atuação da Eletra: chassis flexíveis e adaptáveis às diferentes operações, o maior índice de nacionalização entre as fabricantes do setor e o programa Eletra Consult, que orienta operadores e gestores públicos em todo o processo de eletrificação — desde o planejamento até o pós-venda.
O Governo do Pará e o Ministério das Cidades já preparam estudos para ampliar o sistema em mais 4,5 quilômetros, com atendimento a novos municípios. Para Milena, o engajamento do poder público será decisivo para o avanço da mobilidade limpa. “Com apoio de estados e prefeituras, o Brasil tem tudo para se tornar o maior exportador de ônibus elétricos da América Latina”, concluiu.





