Do PORTAL UNIBUS
Foto: Andreivny Ferreira
Com 87,4% da população brasileira vivendo em áreas urbanas, segundo o último Censo do IBGE, os desafios da mobilidade urbana tendem a se intensificar. O cenário, em muitas cidades, já é crítico: congestionamentos constantes, transporte público saturado e baixa integração entre os diferentes modais.
Apesar disso, enquanto 44% dos brasileiros apontam a mobilidade como o principal problema urbano, de acordo com levantamento do Ipec, um ecossistema de inovação cresce no sentido oposto, oferecendo alternativas e soluções tecnológicas para reverter esse quadro. Aplicativos de transporte e logística têm se consolidado como ferramentas-chave na transformação da forma como nos deslocamos e planejamos as cidades.
“O setor se expandiu para incluir soluções de micromobilidade, como bicicletas e patinetes compartilhados, além de plataformas voltadas à logística urbana. A proposta é oferecer alternativas ao transporte individual motorizado, reduzindo o tempo de deslocamento e dando eficiência”, afirma Vinicius do Valle, coordenador de Marketing da Gaudium.
Em São Paulo, por exemplo, já existem aplicativos que integram ônibus, metrô, bicicletas públicas e carros por aplicativo em uma mesma jornada. As sugestões de trajeto levam em conta tempo, custo e até emissões de carbono, refletindo uma nova abordagem conhecida como Mobility as a Service (MaaS), ou mobilidade como serviço.
Essa evolução tem impulsionado startups da área, que vêm atraindo investimentos robustos. O foco recai, especialmente, sobre soluções capazes de captar e analisar dados em tempo real, fornecendo informações estratégicas sobre o tráfego urbano, projeções de demanda e subsídios para o planejamento de políticas públicas.
Entretanto, a falta de infraestrutura adequada e a limitada integração entre modais ainda impõem barreiras à expansão dessas iniciativas em diversas regiões. Especialistas apontam que a cooperação entre o setor público e o privado é essencial para que os avanços ocorram de maneira coordenada e com alcance nacional.
“Aplicativos bem planejados são excelentes para otimizar os deslocamentos, é claro, mas eles ainda ajudam a repensar completamente o papel das cidades, promovem inclusão, reduzem impactos ambientais e criam espaço para novos modelos de negócio”, conclui Vinicius do Valle.
