Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Viasat)
A empresa americana Viasat, especializada em conexão via satélite, iniciou neste mês os testes da sua nova solução Digital Bus em parceria com a Satélite Norte, operadora de transporte rodoviário com sede em Goiânia (GO). O projeto piloto está em funcionamento em dois ônibus da Comil que realizam a rota entre Goiânia e São Paulo, com duração média de 15 horas.
A proposta é oferecer internet estável durante todo o percurso, mesmo em áreas com baixa cobertura de rede celular. Segundo Philippe Abreu, diretor de desenvolvimento de negócios global Enterprise & Mobility da Viasat, o serviço opera com tecnologia híbrida — combinando rede celular e satélite — e é completamente gerenciado. “O objetivo é manter o passageiro conectado numa rota longa. Os ônibus conseguem oferecer conectividade para streaming, chamadas e uso profissional ao longo da viagem”, destacou o executivo durante o evento Frotas Conectadas 2025.
A rota entre Goiânia e São Paulo, com mais de 800 km, é um exemplo dos desafios de cobertura enfrentados no transporte rodoviário. Estimativas da Viasat apontam que, em uma viagem de 23 horas e cerca de 1.500 km, a cobertura de internet via celular (Tim, Vivo e Claro) varia entre 20% e 40%. Com o satélite, essa cobertura pode chegar a 99%.
A solução Digital Bus inclui um portal de acesso rápido ao Wi-Fi para os passageiros, além de ferramentas para monetização com publicidade segmentada e coleta de dados e percepções dos usuários. Para as empresas operadoras, a tecnologia também oferece uma plataforma de inteligência operacional, com dados de desempenho e monitoramento em tempo real da frota.
A iniciativa marca mais um passo da Viasat no setor de mobilidade terrestre, após uma década de atuação na aviação comercial, onde já fornece conectividade para mais de 3.500 aeronaves em companhias como Azul, Delta e JetBlue. No transporte terrestre, a empresa atua também em parceria com fabricantes como a Marcopolo.
“Agregar todas as redes disponíveis e manter o nível de resiliência alto é um grande desafio com a implementação do nosso serviço”, concluiu Abreu. A expectativa é que a tecnologia seja expandida para outras rotas rodoviárias no Brasil.