Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apresentou os resultados do 1º Anuário da Cadeia da Eletromobilidade no Brasil, destacando os avanços no setor e o impacto econômico e social da eletromobilidade no país. O estudo, que coletou dados de 110 empresas entre dezembro de 2023 e março de 2024, revela investimentos na ordem de R$ 160 milhões, além da geração de milhares de empregos e melhorias na infraestrutura.
Segundo o levantamento, a eletromobilidade no Brasil vem crescendo de forma significativa, com três empresas atuando diretamente na comercialização de ônibus elétricos: Eletra, Marcopolo e Higer. Dessas, duas são de capital aberto e uma de capital fechado, todas com 100% de capital nacional e faturamento em torno de R$ 1 bilhão. A Eletra, com 24 anos de experiência no setor, é a empresa mais antiga na área de eletromobilidade.
Investimentos e geração de empregos
As três empresas citadas no anuário empregam diretamente cerca de 10.500 trabalhadores e já investiram aproximadamente R$ 200 milhões para consolidar suas operações no setor de eletromobilidade. Eletra e Marcopolo, por exemplo, já utilizam linhas governamentais de financiamento voltadas para a eletromobilidade, como o Finame, e têm planos de expandir seus investimentos até 2027.
Os planos de investimento totalizam R$ 16,6 bilhões, representando 3% do montante registrado no Anuário da Cadeia Produtiva. Esses recursos serão aplicados na ampliação da capacidade produtiva e na eletrificação do setor de transporte, gerando aproximadamente 3.500 novos empregos diretos, sem contar os postos de trabalho indiretos.
Avanço da eletrificação e benefícios ambientais
Iêda Oliveira, diretora da ABVE e da Eletra, destaca a importância econômica do setor, além dos benefícios ambientais. “O valor de R$ 16,6 bilhões é bastante significativo e reflete o crescimento da demanda por ônibus elétricos. Tanto passageiros quanto operadores já percebem as vantagens dos veículos elétricos, que vão além do discurso e estão se tornando uma realidade no dia a dia do transporte público”, afirma.
Entre os principais benefícios dos ônibus elétricos estão a maior disponibilidade da frota e o menor custo de manutenção, além dos ganhos ambientais. Iêda ressalta a experiência da Eletra em São Paulo, onde a empresa registrou uma taxa de disponibilidade de 98% da frota elétrica, um número superior ao dos veículos a diesel.
Infraestrutura e pesquisa
Apesar dos avanços, Iêda alerta para a necessidade de planejamento em infraestrutura para carregamento dos veículos elétricos no médio e longo prazos. “O desafio não é a disponibilidade de energia, mas sim o planejamento adequado para acompanhar o crescimento da frota de ônibus elétricos”, explica.
As empresas também têm investido em pesquisa e desenvolvimento. Duas delas, Eletra e Higer, indicaram possuir centros de pesquisa dedicados à inovação no setor. A Higer, por exemplo, mantém um centro de pesquisa na China, reforçando o compromisso com o desenvolvimento tecnológico.
Com os resultados do anuário, a ABVE espera que o setor de eletromobilidade continue a crescer no Brasil, contribuindo para a descarbonização do transporte público e impulsionando a economia com geração de empregos e investimentos em inovação.