Vera Cruz deixa de operar linhas no Grande Recife a partir de 03 de agosto

Demanda de passageiros cresce 54% após Vera Cruz deixar linhas de ônibus do Grande Recife

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao PORTAL UNIBUS)

O sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou um aumento significativo na demanda de passageiros nas linhas que eram operadas pela empresa Vera Cruz e foram redistribuídas, provisoriamente, entre três outras empresas. De acordo com dados do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), divulgados pelo site do Jornal do Commercio, o volume de passageiros nas 46 linhas afetadas mais que duplicou, com um crescimento de 54,4% em setembro de 2024.

Em setembro, primeiro mês sem a operação da Vera Cruz, as linhas passaram a ser administradas pelas empresas Borborema, Metropolitana, e São Judas Tadeu, que já atuam em áreas próximas à antiga operação da Vera Cruz. Os números divulgados pelo jornal indicam um aumento de quase 40 mil passageiros por dia nas linhas redistribuídas. O volume diário de passageiros subiu de 68 mil em abril, ainda sob a gestão da Vera Cruz, para 105 mil em setembro, representando 37 mil passageiros a mais por dia útil.

Algumas das 46 linhas que eram operadas pela Vera Cruz apresentaram crescimento de demanda ainda maior do que a média geral. Um exemplo foi a linha 155 (Jordão Baixo / Boa Viagem), que teve um aumento de 652% na quantidade de passageiros, passando de 647 usuários por dia para 4.865 após ser assumida pela Borborema. As linhas para Porto de Galinhas também registraram crescimento significativo. A linha 191 (Recife / Porto de Galinhas – Nossa Senhora do Ó), agora operada pela São Judas Tadeu, viu o número de passageiros aumentar em 29%, passando de 694 para 898 passageiros por dia. A linha 195 (Recife / Porto de Galinhas – Opcional) passou de 489 para 689 usuários diários.

Ouvido pelo Jornal do Commercio, O CTM atribui esse crescimento ao aumento da confiabilidade do serviço prestado pelas novas operadoras, destacando que, antes da transição, a Vera Cruz enfrentava uma série de problemas operacionais, como quebras constantes de veículos e cancelamentos de viagens, o que resultou em multas acumuladas de R$ 10 milhões.

Transição planejada e melhorias
A redistribuição das linhas ocorreu após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o CTM e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em maio de 2024. A desmobilização da Vera Cruz e a transferência das operações para as três empresas ocorreram de forma gradual até o fim de agosto.

Para Matheus Freitas, presidente do CTM, o aumento na demanda vai além da troca de frota. Ele aponta que a melhoria na gestão da operação foi o fator decisivo para atrair mais passageiros. “O crescimento de demanda mostra que todas as empresas têm condições de oferecer um bom transporte”, afirmou ao Jornal do Commercio.

Freitas destacou que o CTM continuará monitorando o sistema para garantir que o serviço de transporte público seja cada vez mais eficiente, beneficiando diretamente os passageiros. “O que aconteceu com a Vera Cruz poderia ter ocorrido com qualquer outra empresa, mas nosso foco é a gestão para uma operação cada vez melhor”, completou.

O CTM seguirá monitorando o desempenho das empresas Borborema, Metropolitana, e São Judas Tadeu até o fim do ano, quando uma nova avaliação será feita para definir o futuro das linhas. A meta é otimizar ainda mais a operação, sempre focada na qualidade do serviço oferecido aos passageiros.

Para Marcelo Bandeira de Melo, diretor executivo da São Judas Tadeu, a demanda de passageiros está diretamente ligada à regularidade e previsibilidade do serviço. “Quando o transporte começou a ser oferecido de maneira consistente, o passageiro apareceu. É possível recuperar a demanda investindo na qualidade e regularidade do serviço”, concluiu.

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