Do PORTAL UNIBUS
Foto: Reprodução (Agência AutoData)
A maior feira de veículos comerciais do mundo, a IAA 2024, teve início nesta segunda-feira (16), com a expectativa de que 1.650 empresas participem do evento. O número de expositores cresceu 20% em relação a 2022, atraindo novas competidoras, especialmente empresas chinesas, para o mercado europeu. Um dos destaques da feira é a grande quantidade de test-drives disponíveis de caminhões, vans e ônibus eletrificados, sinalizando um novo momento na mobilidade sem emissões.
O tema central da IAA 2024, “As pessoas têm bens para transportar”, reflete a transição da exibição estática para experiências práticas. A partir desta terça-feira (17), quando o evento abre suas portas ao público, espera-se que as filas para testar os veículos eletrificados sejam tão disputadas quanto os estandes das montadoras.
Entre os lançamentos mais aguardados está o caminhão pesado eActros 600, da Mercedes-Benz, que oferece 500 quilômetros de autonomia e estará disponível para test-drive. O modelo, que entrará em produção em série em novembro, já acumula mais de 2 mil pedidos. A expectativa é que o eActros 600 comece a circular pelas estradas europeias nos próximos meses.
Desafios de infraestrutura e energia
Apesar do entusiasmo em torno da eletrificação, os executivos das montadoras alertam para a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura de recarga e na matriz energética do continente. Martin Daum, CEO da Daimler Trucks, e sua sucessora, Karen Radströn, que assumirá o cargo de CEO da Mercedes-Benz Trucks em outubro, destacaram em diversas ocasiões a importância de os governos europeus apoiarem essa transição.
Em seu discurso no IAA, Daum enfatizou a urgência de se reduzir as emissões de CO2 e alertou que a eletrificação dos veículos comerciais demanda uma infraestrutura robusta de carregamento, um processo que ainda está em andamento: “Não podemos mais viver com esta quantidade de CO2 na atmosfera que causa muitos danos às sociedades”, afirmou.
Além da infraestrutura, outro tema que preocupa as montadoras é a matriz energética europeia, que ainda está longe de ser totalmente limpa. As empresas destacaram que, à medida que as legislações de descarbonização se tornam mais rigorosas, será necessário investir simultaneamente na produção de energia limpa e na expansão da infraestrutura de recarga para atender à crescente demanda por veículos eletrificados.
“Não somos o problema, somos parte da solução”, concluiu Daum, ressaltando a necessidade de diálogo contínuo entre a indústria, a sociedade e as autoridades para garantir que os produtos cheguem ao mercado com a infraestrutura e as condições necessárias para uma mobilidade sustentável.