Programa Mover incentiva andamento da descarbonização na indústria automotiva

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Volkswagen do Brasil)

O Congresso Nacional aprovou o Programa Mover, uma nova lei com vigência de cinco anos, que exige que os fabricantes de veículos comerciais anunciem investimentos e apresentem soluções de inovação e descarbonização.

A Anfavea, associação que representa a indústria automotiva, informou que o Brasil já vive o maior ciclo de investimentos ativos dos fabricantes de veículos, totalizando R$ 130 bilhões até o momento. “A Anfavea celebra a aprovação do Mover pelo Congresso Nacional. Trata-se de uma política industrial que entrega previsibilidade e segurança jurídica para o setor automotivo continuar renovando seus ciclos de investimentos com foco na descarbonização, na segurança veicular, na reindustrialização e na neoindustrialização”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da entidade.

Fabricantes como Mercedes-Benz, Iveco, Volkswagen Caminhões e Ônibus, e Marcopolo já estavam habilitados no Mover antes mesmo da aprovação do Congresso. Esses fabricantes estão aptos a receber créditos financeiros do programa federal para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, contribuindo para a descarbonização dos caminhões e ônibus, bem como para a segurança viária.

Requisitos do Programa Mover
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), idealizador do Mover, todas as empresas, independentemente de se habilitarem para os créditos financeiros, devem cumprir os requisitos obrigatórios do programa. Esses critérios incluem a reciclabilidade e a medição das emissões de carbono em todo o ciclo da fonte propulsora, desde a produção até o descarte do veículo.

O Mover prevê um total de R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028, que podem ser usados pelas empresas para abatimento de impostos federais em contrapartida a investimentos realizados em pesquisa, desenvolvimento e novos projetos de produção. Além disso, será criado o Fundo Nacional para Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), cujos recursos serão aplicados em programas prioritários para o setor de autopeças e outros elos da cadeia automotiva.

Investimentos em descarbonização, segurança e inovação
A Iveco iniciou em 2022 investimentos de R$ 1 bilhão na América Latina, que se estendem até 2025, com 60% desses recursos destinados ao desenvolvimento de novos produtos, incluindo veículos com motores mais limpos. Eduardo Freitas, diretor de relações institucionais do Iveco Group, destacou que a marca investe fortemente em novas tecnologias e oferece diversas soluções de propulsão no mercado.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus, pioneira na eletrificação de veículos comerciais com o e-Delivery, desenvolveu um parque de soluções de eletromobilidade por meio do e-Consórcio, com investimentos de R$ 2 bilhões desde 2021. A marca planeja ampliar sua linha de veículos elétricos, com o lançamento do e-Volksbus previsto para agosto.

A Mercedes-Benz investiu R$ 2,4 bilhões no Brasil entre 2018 e 2022 para modernizar suas fábricas e desenvolver novas tecnologias. Em 2021, lançou o ônibus eO500U, primeiro chassi de ônibus elétrico fabricado pela marca no Brasil. A Marcopolo também investe na eletromobilidade, com o desenvolvimento do ônibus elétrico Attivi e melhorias na fábrica de São Mateus, ES, com um investimento de R$ 50 milhões.

Incentivo ao diesel verde
Além das soluções de eletrificação, o Mover pode promover o desenvolvimento de biocombustíveis mais eficazes para a descarbonização dos motores térmicos, como o diesel verde ou HVO. Esse combustível, obtido a partir de resíduos orgânicos ou biomassa, é renovável e emite menos gases nocivos. O Brasil, com sua abundância em matérias-primas provenientes do agronegócio, tem grande potencial para produzir esse biocombustível.

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