Por Automotive Business
Foto: Reprodução (Via Automotive Business)
O transporte público do Quênia está impulsionando a adoção de veículos elétricos no país africano. Pela primeira vez no ano passado, ônibus elétricos foram implantados em várias rotas na capital Nairóbi, marcando o início da transição de veículos a combustão para modelos a bateria em algumas operadoras de transporte público.
Isso ocorreu depois que os boda bodas, mototáxis locais, começaram a substituir motocicletas a gasolina por elétricas. A troca dos ônibus a diesel por elétricos indica que o setor público deverá protagonizar essa transição, em contraste ao que ocorre na maioria dos mercados, onde o transporte por automóveis particulares lidera a mudança.
É provável que isso continue a ocorrer no Quênia em razão do aumento da presença de startups focadas no setor de transporte público e também da atualização de incentivos, isenções fiscais e tarifas especiais para o consumo de energia.
Um relatório local de mobilidade elétrica estima que existam mais de 1,3 mil veículos elétricos nas ruas do Quênia e que 62% desse total seja formado por motocicletas.
Transporte público no Quênia: Estações de troca de baterias
Além da vender motos elétricas, as startups que atuam no país constroem centros de troca de baterias nas regiões em que operam, especialmente na capital Nairóbi, criando uma infraestrutura ampla o bastante para os mototaxistas trabalharem de forma contínua, parar por falta de carga.
As empresas BasiGo e Roam construíram estações de carregamento para suas operações e continuarão ampliando suas redes como um serviço complementar a cada nova rota de ônibus. Essas startups do Quênia também constroem as estações de recarga como forma de se antecipar ao aumento da adoção das motos à bateria, já que o país acumula alta de quase 100% nos preços do diesel e da gasolina na última década.
Isso também ocorre por causa da pressão do governo pelo uso de energia limpa: 90% da eletricidade utilizada no Quênia é obtida de fontes renováveis, incluindo geotérmica, eólica e solar. A Arc Ride, startup no segmento de duas rodas, apresentou recentemente ao mercado local sua motocicleta Corbett, destinada a entregas ou percursos mais longos. A empresa também estabeleceu uma rede de centros de troca de baterias em Nairóbi que já conta com 60 unidades. Até setembro serão 100 pontos.
Outra empresa do setor, a Ampersand, assinou um acordo com a TotalEnergies para construir uma rede de estações de troca e carregamento de baterias, começando também pela capital Nairóbi.
À medida que as startups constroem infraestrutura de carregamento, a estatal Kenya Power instala sistemas de carregamento em empresas, residências e locais públicos, como em postos de combustível. Essa foi uma forma encontrada para incentivar a demanda pelos veículos elétricos.