Da CNN Brasil
Foto: Itzel Navarrete (@Itzyphoto / Pexels)
A partir do ano que vem, uma linha de ônibus em cada um dos cinco distritos de Nova York deve se tornar gratuita por pelo menos dois anos. Trata-se de um programa piloto do governo estadual, que se inspirou em experimentos semelhantes feitos em outras partes dos Estados Unidos para incentivar o uso do transporte público.
O setor ainda não se recuperou dos impactos da pandemia; hoje, o número de passageiros de ônibus e metrô em todo o país ainda corresponde a apenas 70% dos níveis pré-pandêmicos. A situação contribuiu para a grave crise financeira em que se encontra a Metropolitan Transportation Authority (MTA), responsável pela operação do transporte público em Nova York.
A expectativa é de que liberar as catracas – mesmo que em apenas cinco das mais de 300 linhas de ônibus da cidade – faça com que mais pessoas utilizem esse tipo de transporte. A MTA ainda irá decidir quais linhas participarão do programa piloto e deve analisar os resultados da experiência antes de decidir por uma medida definitiva.
Defensores do programa acreditam que esse é o caminho para que os sistemas de transporte público nos Estados Unidos dependam menos do dinheiro vindo dos bilhetes comprados pela população, e mais de outras fontes de investimento. Dessa forma, mais pessoas, principalmente de baixa renda, conseguiriam ter acesso aos trens e ônibus.
Já os críticos da ideia acreditam que o projeto apenas desvia recursos já escassos de problemas mais urgentes, como a qualidade do serviço oferecido à população. Alguns especialistas também acreditam que há outras maneiras de incentivar as pessoas a trocarem os carros pelo transporte público sem afetar a receita da MTA, como restringir vagas de estacionamento nas ruas e implementar pedágios.
Com quase 70 bilhões de dólares em auxílio federal repassado às agências estaduais de trânsito, cidades em todo o país começaram a implementar programas de gratuidade do transporte público a partir de 2020. Em Boston, por exemplo, cidade que liberou as catracas de três linhas de ônibus, o número de passageiros nas rotas cresceu 35%.
