Do Jornal O Estado de S. Paulo
Foto: Divulgação (Via Automotive Business)
Em 2022, a Prefeitura de São Paulo publicou uma determinação que proíbe ônibus a diesel na cidade. De acordo com a regra, apenas ônibus movidos a tecnologias sustentáveis podem ser adquiridos pelas empresas. Portanto, a tendência é de que a cidade avance na eletrificação do transporte público.
Assim, as novas compras das empresas já devem considerar a determinação da Prefeitura, por meio da SPTrans. A meta da capital é ter 20% da frota composta apenas por veículos totalmente elétricos até 2024.
Em outubro do ano passado, quando a Prefeitura publicou a nova regra, a cidade possuía 219 ônibus elétricos, sendo 201 trólebus e 18 movidos a bateria. Agora, os números devem crescer.
Neste cenário, as viações que operam na cidade já começaram a se movimentar. Após o anúncio, a Mercedes-Benz divulgou que, até 2023, entregaria mil ônibus a empresas que operam no transporte público da capital paulista.
Além da Mercedes-Benz, as fabricantes Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), BYD, Marcopolo e Eletra fornecem ônibus elétricos no Brasil. Conforme divulgado pela SPTrans em uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), em fevereiro foram encomendados mais de 2 mil ônibus elétricos pelas empresas de ônibus.
Cronograma de redução de emissão de poluentes
A medida da Prefeitura integra o Programa de Metas, que tem como base a Lei Municipal de Mudanças Climáticas. Neste caso, a legislação cobra uma redução de emissões de gás carbônico em 50% até o ano de 2028.
Assim, as empresas devem comprar ônibus com tecnologias que atendam o cronograma de redução de emissão de poluentes. As metas estão na Lei 16.802/2018 e nos contratos vigentes.
Entretanto, os ônibus elétricos não são a única alternativa sustentável que existe no mercado com relação ao transporte coletivo. Por exemplo, a Scania está testando o uso de um ônibus movido a gás no transporte coletivo do Paraná.
Em março deste ano, um ônibus movido a gás natural veicular (GNV) circulou por um mês na região metropolitana de Curitiba. O objetivo foi demonstrar a eficiência do sistema, aliada à redução das emissões de poluentes.
De acordo com a fabricante, o ônibus emite até 20% a menos CO2 (dióxido de carbono) em comparação a um ônibus movido a diesel. Além disso, a redução da emissão NOx (óxidos de nitrogênio) chega a 90% e a de material particulado, 85%.
Em setembro de 2022, a Iveco também lançou um ônibus movido a gás natural comprimido (GNC). Entretanto, o veículo foi lançado na Argentina, visando a oportunidade de exportação para o Brasil.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2022 foram licenciados 749 ônibus elétricos no Brasil, 356 unidades movidas a gás e 143 mil ônibus a diesel. Portanto, a participação dos elétricos ainda é de 0,5% e a de veículos a gás, 0,2%.