Da Agência AutoData
Foto: Divulgação (Scania)
A meses da entrada em vigor da nova legislação de emissões Proconve P8, equivalente ao Euro 6, a Scania apresentou sua nova geração de ônibus com novidades nos motores a diesel e a possibilidade de, em alguns chassis, adotar o propulsor movido a gás, que pode ser abastecido com GNV ou biometano.
São oito opções de chassis rodoviários da nova geração da linha K e seis rodoviários, com potências que variam de 280 cv a 500 cv e diversas configurações, 4×2, 6×2, 8×2, articulados e o modelo de 15 metros. A gás são os chassis rodoviário K340 4×2 e os urbanos K280 4×2 e K340 IB 6×2/2.
“Já temos 3 mil chassis a gás, produzidos em São Bernardo do Campo, rodando na América Latina, em outros países fora o Brasil”, disse Celso Mendonça, gerente de soluções para a mobilidade da Scania. “Estimar um volume para o Brasil é difícil. Depende do esforço do poder público para que essa tecnologia ganhe escala.”
Segundo o executivo incidem sobre os modelos a gás os mesmos impostos federais e estaduais dos ônibus movidos a diesel – que a Scania destaca como aptos a serem abastecidos com diesel, biodiesel e HVO. Para popularizar essa tecnologia, que é menos poluente, seria preciso, na opinião de Mendonça, um esforço maior dos governos tanto na redução tributária para reduzir o preço dos produtos, mais caros do que os a diesel, como na estruturação de uma rede de abastecimento mais capilarizada.
Os motores aplicados nos ônibus são os mesmos usados nos caminhões GNV. A Scania aposta nessa tecnologia como alternativa para o caminho rumo à eletrificação do setor de comerciais pesados. Segundo a Anfavea foram vendidos 177 caminhões e ônibus a gás no primeiro semestre, quase o dobro das 95 unidades do mesmo período do ano passado.
Os chassis a gás estarão disponíveis a partir de 1º de janeiro de 2023, junto com os demais modelos da nova geração da linha K. Segundo Mendonça ainda não estão à venda e, por esta razão, não há preços definidos: “Somente com a proximidade do lançamento teremos condições de estipular o preço, dadas as condições de dificuldades na cadeia e a situação econômica atuais”.
O executivo da Scania espera, porém, em retomada já a partir deste segundo semestre. O setor, na sua análise, foi o que mais sofreu com a pandemia e as restrições causaram prejuízos às empresas, mas a partir de agora o cenário é de retomada e há a possibilidade, inclusive, de pré-compra por causa da mudança de legislação, que trará preços mais elevados.
“Nós da Scania acreditamos em início de retomada, inclusive com melhor desempenho do segmento rodoviário, que foi o que mais caiu. Nosso crescimento deverá ser até maior do que o do mercado em geral”, disse, sem especificar números.