Da Tribuna do Norte
Foto: José Aldenir (Agora RN)
A Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Natal (Transcoop Natal), que representa 62 permissionários que operam em Natal, querem subsídio da Prefeitura do Natal para assumir as linhas devolvidas pelos empresários vinculados ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn), medida que foi autorizada pela Justiça no último dia 04 de abril. O Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional diverge e considera o aporte financeiro da Prefeitura dispensável. Segundo a Secretaria de Transporte Urbano de Natal (STTU), 24 linhas saíram de circulação desde o início da pandemia de coronavírus.
Segundo a presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Natal (Transcoop Natal), Maria Edileuza de Queiroz, a crise do transporte público dos últimos anos tem feito com que permissionários desistam de operar o serviço, sob a justificativa que os custos superam as margens de lucro. Para assumir essas linhas devolvidas, portanto, seria necessário o aporte do Executivo municipal. Números da cooperativa apontam que o sistema possui 126 permissionários, que operam em 16 linhas na capital.
“Temos sim interesse em assumir as linhas, a cooperativa nunca disse que não. É complicado se voltar todas. Na última reunião com o Prefeito, citamos essa possibilidade sobre essas linhas e ele ficou de remarcar para conversarmos. Mas fomos claros de que as empresas já entregaram porque não tem viabilidade, então temos interesse, mas que tenha subsídio”, diz Edileuza.
O presidente do Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional de Passageiros do RN (Sitoparn), Nivaldo Andrade, diz que, apesar de entender o subsídio como “importante”, não seria necessário um aporte financeiro da Prefeitura para que os opcionais assumissem as linhas. Segundo o presidente do Sitoparn, o sistema tem 178 permissionários, mas só operam 132 ou porque precisaram parar ou porque enfrentaram problemas com as regras da concessão e foram cassados. Ele afirma que todos os opcionais são sindicalizados.
“Não vejo a necessidade, num primeiro momento, desse subsídio. Esse é o ponto chave da nossa discussão com a STTU para definir os pormenores da operação. O subsídio não deixa de ser importante, mas sabemos que nesse primeiro momento ninguém está bem financeiramente, inclusive a prefeitura. Se pegarmos o faturamento que faz um veículo dentro da situação que queremos discutir com a STTU, vamos provar, inclusive pra vocês (imprensa) que há condição de sobreviver e operar com boas condições”. cita.
A presidente da Cooperativa, Edileuza Queiroz, acrescenta ainda que a tarifa atual do sistema, que é a mesma para os ônibus convencionais (R$ 3,90 cartão e R$ 4,00 dinheiro) está defasada, sendo necessária uma atualização por parte da STTU. Segundo planilha da Transcoop Natal, com o reajuste do diesel e atualização salarial dos motoristas, a tarifa técnica já está em R$ 6,45.
“Está inviável, o sistema de transporte está ficando cada dia mais crítico. Precisamos do apoio do município para que o sistema tenha continuidade. O subsídio é uma solução para tentar pelo menos dar continuidade, temos vários locais pelo País que existe isso”, acrescenta Edileuza.
Na última reunião do Conselho Municipal de Trânsito (Comutran), o Transcoop entregou cálculo preliminar da tarifa à STTU. Um mesmo documento também foi entregue pelo Seturn, que também cobra atualização tarifaria. Nestes documentos, as entidades alegam se basear na própria planilha da STTU de 2019 e citam parâmetros como combustível, pneus, salários e dados operacionais, como quilometragem, demanda e frota.